MENOPAUSA: O impacto do climatério na vida financeira da mulher

Estudo mostra como a fase de transição é prejudicial e que leva a perder dias de trabalho e até a abandonar o emprego

A menopausa é definida, de fato, como a fase da vida em que a mulher para de ovular e, por consequência, para de menstruar. | Reprodução: Internet
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A menopausa é o nome dado à última menstruação, que geralmente acontece entre 45 e 55 anos, marcando o fim da fase reprodutiva da vida da mulher. Isso significa que ela esgotou seu estoque de óvulos, que foram liberados desde a puberdade, mês a mês, ao longo de 30, 35 anos. O período que se segue após a cessação da menstruação é chamado de climatério. Segundo o médico cancerologista Drauzio Varella, pelo menos 18 milhões de brasileiras estão atualmente no climatério.

O climatério, fase que vai da transição do período reprodutivo até o não reprodutivo, vem acompanhado de uma série de sintomas que podem ter um impacto severo na qualidade de vida das mulheres – e isso não se resume a questões físicas. Uma pesquisa publicada no fim de abril pela Mayo Clinic mostrou que o maior estudo já feito nos EUA, reunindo cerca de 4.400 mulheres, entre 45 e 60 anos, 13.4% relataram pelo menos um contratempo relacionado aos sintomas da perimenopausa ou pós-menopausa capaz de afetar seu trabalho, o que incluía faltar uma média de três dias nos últimos 12 meses.

Ondas de calor, suores noturnos, dor de cabeça, oscilações de humor, insônia, ansiedade, irritabilidade. A lista de sintomas é longa e provoca o que a pesquisa chama de “resultados adversos no ambiente profissional”. Uma pequena parcela apresentou um quadro tão debilitante que deixou o emprego ou foi demitida. Em entrevista ao jornal “The New York Times”, a médica Ekta Kapoor, coautora do estudo, afirmou que o tema menopausa continua sendo um tabu, principalmente no mundo corporativo.

“Ouvi de mulheres que elas não queriam ser vistas como funcionárias que estavam sempre se queixando. Também acontecia de, quando alguma delas abordava o assunto, recebia uma péssima acolhida, o equivalente ao interlocutor revirar os olhos”. A pesquisa estima que os problemas resultantes dos sintomas adversos representam um custo de US$ 1.8 bilhão por ano para a força de trabalho feminina somente nos Estados Unidos. Na opinião da médica, o valor é subestimado, porque as participantes eram, em sua maioria, brancas, instruídas e com acesso a plano de saúde.

Os sintomas que marcam a entrada no climatério são semelhantes aos de uma TPM, só que acentuada e prolongada. Na TPM, a sensação de inchaço no corpo e mamas, as dores fortes de cabeça ou enxaquecas, as alterações de humor (nervosismo, irritação, tristeza profunda e mesmo depressão) podem manifestar-se ao longo de até quinze dias antes da menstruação. Do meio para o fim do climatério são comuns, ainda, a irregularidade nos ciclos e a variação do fluxo menstrual.

Para tirar de letra essa fase, especialistas aconselham manter um estilo de vida saudável, que poderá ser obtido mais facilmente por meio de assistência multiprofissional: médica, nutricional e psicológica. A ginecologista da Clínica FemCare, Prof. Flávia Fairbanks, lembra que as mulheres precisam sempre buscar informações sobre as mudanças que ocorrem em seu corpo. “Não há nada mais importante do que entender o que está acontecendo consigo mesma, principalmente em momentos de mudanças profundas, como ocorre neste período. Isso auxilia na melhor aceitação dos processos, na adesão aos tratamentos propostos e, a longo prazo, na manutenção da qualidade de vida”.



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