Pele jovem: famosos fazem tratamento à base de fezes de passarinho; entenda

A busca por uma pele mais jovem e mais saudável tem levado algumas pessoas a buscarem tratamentos estéticos alternativos e eles fazem parte da rotina de muitas atrizes e atores. Não é incomum aparecerem, de tempos em tempos, produtos “milagrosos”. Especialista, no entanto, alertam para os riscos do uso de tratamentos sem comprovação científica.

Tratamento à base de fezes de pássaro? A última tendência entre alguns tem sido o uso de um creme facial à base de fezes do Rouxinol. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) publicou, na última quarta-feira (28), uma nota alertando sobre esse uso. "Existem rumores de que um famoso ator americano tem um segredo diferente para manter a jovialidade: usar um creme japonês feito com fezes de passarinho", diz. 

Qual o alerta do comunicado? A nota informa que, de acordo com a coordenadora do departamento de Cosmiatria da SBD, Elisete Crocco, não há estudos publicados que tragam a comprovação dos benefícios dos ativos encontrados nas fezes do rouxinol para a pele. “Existem diversos produtos atualmente com tecnologia comprovada, envolvendo pesquisas, e que fazem diferença para a hidratação e rejuvenescimento”.

Surgimento do produto

No comunicado, a SBD ressalta que, apesar de não ter comprovação científica, essa técnica é utilizada no Japão há muito tempo e já foi adotada por geishas durante o século XVIII. "A explicação estaria na alta concentração de ureia contida nas fezes do rouxinol. O creme também ajudaria na hidratação da pele, reduzindo a acne e conferindo um brilho de pele saudável e bem cuidado", diz. 

Como funciona o tratamento

A produção do produto se dá a partir de um pó feito à base das fezes do animal. "São coletadas, tratadas e transformadas em pó. Este pó é então utilizado em vários produtos cosméticos como sabonetes, cremes e máscaras faciais", explica o médico dermatologista mineiro e membro da SBD, Lucas Miranda.

O especialista, no entanto, ressalta que a eficácia do produto não é amplamente comprovada por estudos científicos rigorosos. "A maioria das evidências sobre os benefícios desses produtos vem de relatos pessoais, bem como de algumas práticas culturais históricas, especialmente do Japão, onde esses tratamentos têm sido usados há séculos".