Sexualidade de pessoas com Síndrome de Down: tabu, mitos e verdades

A sexualidade das pessoas com síndrome de Down ainda é um tabu para a sociedade

A sexualidade de pessoas com Síndrome de Down ainda é um tabu | Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A sexualidade das pessoas com Síndrome de Down ainda é um tabu para a sociedade. Apesar do aumento da expectativa de vida, da melhoria dos indicadores de saúde e da gradativa inclusão social, o sexo ainda é um assunto pouco debatido ou visto com preconceito até mesmo pelas famílias. O ginecologista e professor do curso de Medicina do CEUB, Nícolas Cayres, esclarece que, apesar desses indivíduos terem graus variados de deficit cognitivo, dependência e infantilidade, os hormônios seguem em pleno desenvolvimento. 

O especialista explica que o surgimento da curiosidade e do desejo acontece para eles naturalmente, como para qualquer outro jovem e adolescente. “Isso implica que a questão reprodutiva e sexual é algo que não pode ser ignorado. Apesar de muitas famílias sequer tocarem neste assunto”, comenta Nícolas. No mês Internacional da Síndrome de Down, o CEUB compartilha análises de especialistas que buscam ampliar o debate sobre as particularidades e necessidades dessa população ainda bastante invisibilizada no país. 

Mitos

Um dos mitos mais difundidos é o da hipersexualização das pessoas com Down. “A frequência da masturbação para o Down pode ser compreendida como um reflexo da falta de atividades, sobretudo prazerosas. Isto não significa, portanto, que eles tenham necessidades sexuais exageradas, mas sim uma restrição a outras fontes de prazer e alegria”, comenta o professor do CEUB. “Além disso, aqueles que são muito dependentes, dificilmente chegarão a praticar sexo, podendo a masturbação vir a ser a única forma de expressão sexual”, acrescenta Cayres.

O professor indica como melhor caminho trabalhar atitudes que eduquem para uma sexualidade saudável. “A depender do grau de déficit cognitivo, pode ser interessante o uso de contraceptivos, pois muitas garotas com Down podem levar uma vida bem próxima do normal, chegando a namorar e casar. A escolha de método e via de administração deve ser feita de forma individualizada, juntamente com o ginecologista, levando-se em conta o perfil da paciente”, comenta o professor. “Se você tem um filho com Down, não ignore suas necessidades”, acrescenta. 

Orientações

Orientações para pais de pessoas com Down: A sexualidade é algo natural e acontece para as pessoas com síndrome de Down do mesmo modo que acontece para os demais jovens e adolescentes; É importante compreender que o sexo é uma necessidade de todo ser humano. As pessoas com Down precisam ser respeitadas na sua individualidade e no seu desejo; A melhor prática é a educação sexual. Conversar e orientar sobre o corpo e partes íntimas que não devem ser tocadas por estranhos; No caso das meninas, o acompanhamento regular do ginecologista após o início da puberdade é fundamental; É importante um debate aberto entre as famílias, os médicos e as pessoas com Down sobre o método contraceptivo mais indicado para cada caso.

Síndrome de Down

A Síndrome de Down (SD) ou trissomia do cromossomo 21 é uma alteração genética causada por um erro na divisão celular durante a divisão embrionária. Os portadores da síndrome, em vez de dois cromossomos no par 21 (o menor cromossomo humano), possuem três. O termo “síndrome” significa um conjunto de sinais e sintomas e “Down”, refere-se ao sobrenome do médico pediatra inglês John Langdon Down, primeiro a descrever clinicamente a associação dos sinais característicos das pessoas com SD, em 1866.

 



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