José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

Com GLO, Dino opta por asfixia financeira do crime organizado

As operações são integradas à Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, fechando o cerco ao crime organizado e às milícias, e têm a coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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Começaram a valer, nesta última segunda-feira, as operações atribuídas às Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) nos portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo e em cerca de 2.200 quilômetros nas faixas de fronteira nos Estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As ações têm por base a GLO (Garantia da Ordem e da Lei), constante da Constituição, e foram autorizadas por decreto do Presidente Lula do último dia 1º de novembro.

As ações envolvem um reforço operacional focalizado em áreas determinadas, contando com 2 mil integrantes do Exército, 1.1 mil da Marinha e cerca de 600 da Aeronáutica, com atuação nos aeroportos de Guarulhos(SP) e Galeão(Rio de Janeiro), e os portos de Itaguaí(RJ) e Santos (SP). As operações são integradas à Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, fechando o cerco ao crime organizado e às milícias, e têm a coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Esses 3.700 integrantes das Forças Armadas têm ação de polícia na área de manobra de aeronaves, na movimentação de bagagens e cargas, com atuação nos saguões de portos e aeroportos para realização de operação policial extensiva. As ações nas fronteiras correm fora da GLO, pois essa atuação já está explicitada na Constituição como atribuição das Forças Armadas e Polícia Federal.  

Ministro Flávio Dino reforça ações contra crime organizado (Foto: Valetr Campanato)

Toda essa inédita operação tem a coordenação do Ministro Flávio Dino e a cooperação com o ministro da Defesa, José Mucio, a quem as Forças Armadas ficam subordinadas. Um dos pontos essenciais dessa atuação orgânica liderada pelo Ministro Flávio Dino, traz uma grande e importante novidade: o Ministério da Justiça, paralelamente às ações em portos, aeroportos e fronteiras, que visam sobretudo recolher armas, munições e drogas, impedindo que cheguem à distribuição pelas mãos da criminalidade, passa a ter uma atuação firme e estratégica sobre a vida financeira dos gestores do crime organizado.

Nessa última segunda-feira, o Ministro Flávio Dino e o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tiveram uma reunião bastante significativa, cuja finalidade foi debater todas as formas que assegurem a asfixia financeira do crime organizado, tendo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), vinculado ao BC, como instrumento primordial nessa tarefa. Trata-se de algo inédito no Brasil, sempre lembrado e cobrado por notáveis especialistas da segurança pública, como meio capaz de barrar a ação forte e continuada do crime organizado, fazendo sangrar as veias que o alimentam. O Coaf atua na prevenção e combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no país, mas tem atuação autônoma, apesar de estar vinculado ao BC.

Além de barrar os caminhos que seguem a dinheirama que engorda a criminalidade, essa atuação corajosa do governo federal tem outro objetivo importante: tentar descobrir a origem dessa grana que sustenta o crime. Quem está por trás, de onde vem esse dinheiro, como ele chega aos operadores da criminalidade dominante no Rio de Janeiro e São Paulo? Tem organizações do exterior financiando o crime organizado, o tráfico de armas, munições e drogas no Brasil; como atuam, nesse particular, os criminosos que estão encarcerados em prisões pelo país afora

Outra atribuição importante dentro desse conjunto de ações contra o crime organizado no Rio e São Paulo, nesse caso sob incumbência da Polícia Federal, diz respeito ao trabalho de inteligência que conduza à linha das prisões de criminosos, mas que busque, junto com isso, efetivar apreensões de bens pertencentes às quadrilhas e milícias, fechando o cerco em paralelo com as medidas adotadas a partir de agora pelo COAF do Banco Central.

O Brasil, com essa decisão tomada pelo Governo Lula de atuar no combate às finanças e aos financiadores do crime organizado e das milícias, entra finalmente no caminho correto do papel do Estado. Em todo o mundo, países que conseguiram reduzir a criminalidade atuaram firmemente para enfraquecer a saúde financeira dos criminosos e seus alimentadores.

O estrangulamento financeiro dessas organizações fará, com toda certeza, colocar em baixa o poder desses criminosos. Ao estancar a entrada de todo esse dinheiro ilícito que chega ao país, tendo origem em organizações internacionais, especialmente obtidas com o tráfico de armas, de drogas e contrabando em geral, o governo dará um passo importantíssimo na questão da segurança povo brasileiro.



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