José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

Nordestinos ganham 45 medalhas na olimpíada de história; sulistas: zero

Enquanto o Nordeste levantou 45 medalhas, os três Estados da região Sul do Brasil levaram Zero em História

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A 15ª edição da Olimpíada Nacional em História do Brasil, realizada nesse último final de semana pela Unicampi, em Campinas, São Paulo, rendeu medalhas para 45 equipes representantes de Estados do Nordeste brasileiro. Das 9 unidades nordestinas participantes do evento, 7 tiveram alunos medalhistas, cabendo ao Estado do Ceará o recorde absoluto, com 18 medalhas, seguido de Pernambuco, que viu 11 de suas equipes sendo premiadas.

Enquanto o Nordeste levantou 45 medalhas, os três Estados da região Sul do Brasil levaram Zero em História. Isso mesmo. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná não conquistaram nenhuma medalha na Olimpíada recém-encerrada. E os integrantes da região Sudeste, representada pelos poderosos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, tiveram apenas 22 equipes premiadas, constituindo menos da metade das 45 dos nordestinos.

Contrariamente à posição econômica que o Nordeste ainda sustenta, com grandes problemas de seca e desigualdade social a resolver, o Sul posta-se sempre como região desenvolvida, e muitos de seus habitantes hostilizam os nordestinos, taxando-os de atrasados e ignorantes. O Sudeste, por sua vez, carrega consigo 55,2% do PIB do Brasil, juntando-se aos sulistas quando o assunto é menosprezar o Nordeste, como fez recentemente o governador Zema, de Minas Gerais, que propôs uma frente de combate aos nordestinos, por ele considerados “vacas que produzem pouco leite”.

Mas na hora da prova dos 9, quando é necessário avaliar quem tem “água na cabaça” (expressão muito comum entre o povo da região), o Nordeste nunca “nega fogo”, para usar outra expressão bem nordestina. Sempre se apresenta bonito, altaneiro, livre e sábio, dando ao resto do país uma lição de grandeza, de superação e até mesmo de superioridade quando o tema é conhecimento.

OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA

E faz isso também noutros terrenos do saber. A Cidade de Cocal dos Alves, no Piauí, por exemplo, na 15ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), no ano de 2021, tornou-se para seus orgulhosos moradores a “ Capital da Matemática”, ao conquistar 45 medalhas de ouro, acumulando para o Piauí a confortável marca de 92 medalhas de ouro. Em 2022, 486 estudantes cearenses de escolas públicas receberam medalhas durante a 17ª edição da OBMEP. Nesse ano, o total de medalhas conquistas por estudantes do Nordeste foi de 1.530, sendo 134 de ouro, 328 de prata e 1.068 de bronze.

No ano passado, um estudante de apenas 17 anos de idade, - Rafael Moreno Ribeiro, de Salvador, Bahia-, alcançou um marco histórico no país: ele foi o primeiro brasileiro a ganhar, ao mesmo tempo, medalhas na Olimpíada Internacional de Física (IPhO) e na de Química (IChO). Nascido na capital baiana, o aluno do terceiro ano do ensino médio conquistou o bronze nas duas competições, que ocorreram em julho de 2022, com sede na Bielorrússia e na China, respectivamente.

No campo do saber, do acúmulo do conhecimento, o Nordeste segue fazendo história, dando orgulho a seu povo e indicando aos críticos desqualificados de outras regiões um novo caminho: o da reflexão, baixando a bola do preconceito, da arrogância, da prepotência. E que, nutridos por um mínimo de boa vontade e humildade, possam enxergar a força que esta região possui, a sua gigante capacidade de superação e o entusiasmo incontido, que toma conta de seu povo, de vencer todas as dificuldades através da Educação.



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