José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

Relatório da OXFAM sobre fome choca o Brasil e envergonha o mundo

Os dados do relatório são alarmantes, revelando a mais rigorosa concentração de riqueza de toda a história.

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Desde o advento da pandemia do coronavírus, cujo ápice foi o ano de 2020, a concentração de riqueza nas mãos de poucos avolumou-se, e  a miséria e a fome ampliaram-se progressivamente, atingindo maior número de pessoas em diferentes partes do mundo. E o Brasil- inserido de modo espantoso e vergonhoso nesse contexto-, tem hoje 63% de toda sua riqueza retida em poder de apenas 1% da população. 

Na outra ponta da cruel desigualdade brasileira, os 50% mais pobres do país detém apenas 2% de toda a riqueza nacional. É realmente assustador olhar para esse indicador apresentado pelo relatório sobre o Brasil: segundo o documento, 0,01% da população brasileira possui 27% dos ativos financeiros. 

Esses dados estarrecedores foram ontem antecipados do relatório que a organização internacional OXFAM- entidade da organização civil voltada para o acompanhamento das desigualdades econômicas e sociais-, apresentou neste domingo, um dia antes da abertura do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. O evento, que reúne cerca de 60 chefes-de-estado e mais de 1800 lideranças mundiais, tratará, mais uma vez, de questões fundamentais à convivência e sobrevivência humanas, como fome, desigualdade, miséria; as frequentes demandas sobre temas ligados à crise ecológica mundial; o aumento crescente da mundialização das drogas e questões mais recentes, como a inteligência artificial. 

Os dados do relatório OXFAM são alarmantes, revelando a mais rigorosa concentração de riqueza de toda a história. Os super-ricos ficaram ainda mais ricos e, na contramão, o número de pobres e miseráveis aumentou de tamanho e gravidade. Os lucros recordes de empresas e grupos de especuladores subiu para US$ 1,78 trilhão em 2023, conforme as apurações levantadas até o mês de junho, um recorde da série histórica instalada pela entidade em 2017. Os mais pobres viram acentuar-se a perda de seus patrimônios a partir de 2019, afetados pelo covid-19. 

A OXFAM faz recomendações aos líderes mundiais de governos, capazes de atacar de forma eficiente e adequada essa estúpida desigualdade retratada na concentração brutal de riqueza nas mãos de pouquíssimos e a aceleração gritante da fome, alastrando-se opor camadas maiores da população vulnerável. Daí, o relatório fazer referência a medidas que alguns países estarem adotando, como a decisão do Governo Lula, no Brasil, de passar a tributar as grandes fortunas, uma medida engendrada pelo ministro Fernando Haddad, que logrou êxito no Congresso ao apagar das luzes de 2023. Para a OXFAM, a proposta de taxar as pessoas mais ricas do mundo pode não só diminuir a desigualdade, como também financiar políticas públicas voltadas para populações de baixa renda.

O Presidente Lula, ao assumir recentemente, em nome do Brasil, a presidência do G20, o importante Fórum que reúne as vinte mais importantes economias mundiais, fez questão de anunciar os seus propósitos no comando da instituição durante todo este ano de 2024. Ao citar seus objetivos, Lula colocou em destaque a inclusão social, o combate à fome e à pobreza, antes mesmo do grau de interesse pela transição energética, o desenvolvimento sustentável e reforma da governança global.  

Para o presidente brasileiro, “não é mais humanamente explicável, em um mundo tão rico, com tanto dinheiro, a gente ter tanta gente ainda passando fome”. Vem daí o seu empenho para que o direito à alimentação com dignidade seja uma questão levada ao mais sério compromisso por todas as economias mundiais. No Brasil, a missão de articular e formar a Aliança é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

Durante esta semana, por exemplo, o Ministro Wellington Dias estará no Chile, levando à reunião do Celac, a experiência vitoriosa do Brasil no combate à fome, no seu esforço de buscar uma aliança global, capaz de dar suporte econômico, político e institucional à implementação de políticas reais, que sejam eficientes na tarefa de eliminar a presença da fome entre os povos. Wellington Dias tem visitado outros países, nessa missão de alcançar adesões a um plano mundial de luta contra a fome e a miséria, como já fez em Londres, em Roma e outras importantes cidades. Ao que parece, está chegando próximo a um bem-vindo acordo internacional de fortalecimento de políticas públicas plenas de humanidade, para um plano de tão elevado significado



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