Doria assina contrato para 46 milhões de doses da vacina chinesa

O governador anunciou que a vacinação de profissionais de saúde deve ter início em 15 de dezembro.

Doria assina contrato para 46 milhões de doses da vacina chinesa | Reprodução
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), assinou nesta quarta-feira (30) um contrato com o laboratório chinês Sinovac para o recebimento de 46 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pela empresa em parceria com o Instituto Butantan. O anúncio de que o Instituto Butantan seria parceiro de um laboratório chinês para a produção de uma vacina contra o coronavírus foi feito há mais de três meses, em 11 de junho. As informações são do G1.

O acordo foi assinado por Doria e Weining Meng, diretor do laboratório Sinovac, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta. No mesmo evento, o governador anunciou que a vacinação de profissionais de saúde deve ter início em 15 de dezembro.

"O início da vacinação, previsto até aqui para começar no dia 15 de dezembro, em São Paulo, com os profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, paramédicos, aqueles que atuam em hospitais públicos e privados e em todas as unidades de saúde, unidades públicas, municipais, estaduais e do governo do estado de São Paulo", disse Doria.

Doria assina acordo com laboratório chinês — Foto: Reprodução/TV Globo 

A vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o instituto, ainda está em testes entre profissionais de saúde brasileiros. Até agora, 7 mil voluntários já participaram da pesquisa, segundo anunciou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, nesta quarta. A meta é envolver 13 mil pessoas na pesquisa.

Em relação ao valor pago pelo estado de SP para a Sinovac, Doria disse que o contrato assinado nesta quarta é de 90 milhões de dólares. Até dezembro, a farmacêutica vai enviar 6 milhões de doses da vacina já prontas, enquanto outras 40 milhões serão envasadas em São Paulo, segundo o governo.

No entanto, o governador não esclareceu se esse valor é relativo apenas à compra das 46 milhões de doses que devem chegar em 2020, ou se também inclui doses que devem ser entregues apenas em 2021. Doria também não afirmou se o valor de 90 milhões de dólares se soma aos R$ 85 milhões que, em junho, o governo estadual declarou que havia pago pelo acordo.

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Durante o evento de assinatura do acordo, Weining Meng, diretor do laboratório Sinovac, disse que o objetivo é trazer vacina suficiente para todo o país.

"Trabalhando em conjunto com o Butantan, nossa meta é simples: nós vamos trazer vacina suficiente para o Brasil. O mais importante, nós também vamos trazer vacina acessível para cá, para beneficiar todo mundo nesse país contra a pandemia da Covid-19. Nós realmente esperamos que no futuro com nossa vacina e com outras grandes contribuições possamos fazer com que as pessoas voltem à vida normal", disse Meng.

Na semana passada, o governador já havia prometido que toda a população do estado vai receber a vacina contra a Covid-19 até fevereiro de 2021. Ele disse que há um "plano alternativo" para o estado de SP, caso não haja acordo com o governo federal para a distribuição nacional.

Em julho, o governador havia declarado que a vacina seria distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para milhões de brasileiros, não apenas em São Paulo. Ao apresentar o projeto desta vacina para o Ministério da Saúde, em agosto, Dimas Covas, diretor do Butantan, também afirmou que "a vacina é para brasileiros, não é para paulistas".

Doria assina contrato para 46 milhões de doses da vacina chinesa 

Nesta quarta, Doria voltou a falar sobre a distribuição da CoronaVac e afirmou que deseja que a importação seja feita em parceria com o governo federal, mas que, caso não haja acordo, São Paulo fará a imunização estadual.

"Se pudermos fazer, faremos em conjunto com o governo federal através do Ministério da Saúde, esse é o nosso desejo, essa é a nossa expetativa. Não vejo motivo para que o ministério não atue nesse sentido. Não há razão para rompimentos ou rupturas. Mas quero deixar claro também, se houver uma circunstância deste tipo, repito, não é a perspectiva que temos nem as indicações que possuímos mas, se tivermos atitude de ordem política, ideológica e discriminatória em relação a São Paulo, São Paulo faz a importação e imunização dos brasileiros aqui em São Paulo", disse Doria.

O acordo com o laboratório chinês prevê o envio de doses prontas da CoronaVac, fabricadas na China, além da transferência de tecnologia para que o Butantan possa fabricá-las em território nacional no futuro.

O estado de São Paulo tem cerca de 44 milhões de habitantes, segundo o IBGE. Os testes da CoronaVac em voluntários são feitos com pelo menos duas doses da vacina por pessoa.

Liberação com 50% de eficácia

Na última sexta-feira (25), Dimas Covas declarou que o governo de São Paulo vai pedir para a Anvisa a liberação de uso emergencial da CoronaVac caso a vacina demonstre eficácia de pelo menos 50% em análise preliminar.

A eficácia de 50% não é, necessariamente, o objetivo final da vacina, mas um valor mínimo a ser obtido em uma análise interina que deve ocorrer até novembro. Essa análise compara quantos voluntários tiveram coronavírus entre aqueles que tomaram a vacina e aqueles que tomaram placebo.

O estudo de fase 3 divide os voluntários em dois grupos iguais: metade dos participantes toma a vacina e a outra metade, um placebo. Os participantes não sabem a qual grupo pertencem. Para que a análise interina da CoronaVac seja feita, é necessário que pelo menos 61 casos de Covid-19 ocorram entre os 13 mil voluntários, sejam eles membros do grupo que tomou vacina ou do chamado grupo de controle.

"Então, se nessas 13 mil pessoas que vão ser vacinadas, que estão em processo de vacinação, o que acontecerá até o dia 15 de outubro, se nessas 13 mil nós tivermos 61 casos de Covid-19, nós podemos fazer a análise interina, ou seja, a primeira análise da eficácia da vacina. É uma análise mais rigorosa e, se passar nessa primeira análise, nós podemos prosseguir com o registro", explicou Dimas Covas.

O estudo deve ter ainda uma segunda análise, chamada de análise primária, que é feita quando o número de casos confirmados de Covid-19 entre os 13 mil voluntários chegar a 154 casos.

"Caso ainda persista alguma dúvida nós vamos para a análise primária que é quando nós atingimos 154 casos e aí seguramente o objetivo é demonstrar uma eficácia de no mínimo 50%. Com esses dados, com essa eficácia demonstrada, seja com 61 ou com 164, os dados são oferecidos a Anvisa que vai analisar todo o dossiê", explicou Dimas Covas.



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