Tendência é que 2022 seja o ano em que a pandemia vai encerrar - Vacinação: mais equidade global, terceira dose, campanhas periódicas e proteção para as crianças

Passados dois anos desde que o Sars-CoV-2, o coronavírus causador da covid-19, foi descoberto em Wuhan, na China, o mundo parece estar mais próximo do fim do que do começo da pandemia. - Vacinação: mais equidade global, terceira dose, campanhas periódicas e proteção para as crianças

Slide 2 de 4
Avalie a matéria:
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Vacinação: mais equidade global, terceira dose, campanhas periódicas e proteção para as crianças

Do ponto de vista global, o maior obstáculo a ser vencido no que diz respeito à vacinação contra a covid-19 é a desigualdade na distribuição e no acesso a esses produtos. Enquanto alguns países, como Israel, já estudam aplicar uma quarta dose em sua população, outros sequer conseguiram proteger os grupos mais vulneráveis, como idosos e profissionais da saúde. A situação é particularmente preocupante nos países mais pobres: Haiti, Chade, Burundi e Congo ainda não vacinaram nem 1% de seus cidadãos.

"E não basta doar lotes de vacinas. É preciso que os organismos internacionais ajudem esses locais a criar uma estrutura de distribuição e comunicação, para que as campanhas cheguem efetivamente às pessoas", chama a atenção a infectologista Nancy Bellei, professora e pesquisadora de doenças respiratórias virais na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Nessa seara, a boa notícia é que não deve ocorrer escassez de doses em 2022. De acordo com os cálculos da Federação Internacional das Associações de Produtores Farmacêuticos, cerca de 24 bilhões de unidades dos imunizantes contra a covid devem ser fabricados até junho. Para se ter uma ideia, em 2021 foram entregues 12,5 bilhões. Essa quantidade projetada para 2022 seria suficiente para resguardar toda a população mundial.

Buscar uma maior equidade na vacinação não é apenas uma questão de solidariedade entre os povos. Como o próprio nome já adianta, a pandemia é um problema global e, enquanto existirem pessoas desprotegidas, toda a humanidade segue em perigo.

"A variante ômicron veio justamente para nos dar um certo 'tapa na cara' e mostrar o que acontece quando não existe uma igualdade vacinal. Enquanto não houver uma proteção homogênea, estaremos sujeitos ao surgimento de novas versões do coronavírus", alerta Pasternak.

A microbiologista destaca que a chegada da ômicron também firmou a necessidade de dar três doses de vacina para garantir um bom nível de proteção contra as formas mais graves da covid-19. "Isso mudou a nossa perspectiva: antes pensávamos em duas doses, agora sabemos que três são necessárias", diz. O ano de 2022 também deve dar mais respostas em relação à necessidade de doses de reforço dos imunizantes contra a covid de tempos em tempos, a exemplo do que já ocorre com a vacinação contra a gripe.

"Ainda não temos certeza de como será a periodicidade da vacinação contra a covid, pois precisamos observar por mais tempo a dinâmica de circulação do vírus, a intensidade de novas variantes e o comportamento do sistema imune", raciocina o infectologista Julio Croda, da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).

"Mas é provável que parte da população mais vulnerável precisará de reforços, como os idosos, os imunossuprimidos e os trabalhadores de saúde", complementa o médico, que também é professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Em uma perspectiva brasileira, os meses de janeiro ou fevereiro de 2022 devem marcar o início da vacinação das crianças.

O imunizante desenvolvido pela Pfizer, inclusive, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro para quem tem entre 5 e 11 anos. E existem estudos em andamento para avaliar a segurança e a eficácia das doses em um público ainda mais jovem, de 6 meses a 4 anos. Os resultados são esperados para os próximos meses.

"Nas últimas semanas, vemos um aumento importante na proporção de crianças internadas com covid-19 em várias partes do mundo", observa Croda. "É essencial que a vacinação também avance nessa faixa etária", completa o médico.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


SEÇÕES