Marinalda Oliveira: a Pop Star do peixe!

A empresária do Lojão do Peixe é figurinha cativa do Butiquim da Rede Meio Norte e se destaca pela participação e alegria


Marinalda Oliveira Souza, empresária do Lojão do Peixe, é um sucesso no merchandising da Rede Meio Norte, com participações bastante animadas na rádio e na televisão. A personalidade nasceu em Teresina, viveu boa parte da infância em Caxias e construiu uma carreira de sucesso no ramo de pescados. Daí o título: a Pop Star do Peixe.

Antes do brilho, das roupas sempre impecáveis e da maquiagem exata, Marinalda viveu uma vida de muitas batalhas. Da infância humilde, com trabalho braçal na roça, ela nunca deixou de estudar e ajudar a família. Antes de ser uma empresária de sucesso, ela buscou crescer construindo valores como a honestidade e o compromisso.

Quando bem jovem, ela corria alguns quilômetros para alcançar o colégio, após passar a manhã quebrando coco e catando feijão. Antes disso, deixava o almoço pronto para a família, pois a mãe era asmática e a irmã tinha problemas de saúde. Mas a pobreza não impediu que ela buscasse a própria vitória.

Antes de ser dona da peixaria mais famosa de Teresina, Marinalda foi dona de um bar e de uma loja de roupas. Ela caiu praticamente de paraquedas no ramo de peixes e frutos do mar. Ao ponto de doar a maior parte da mercadoria aos pobres no início da carreira, por medo de perder o pescado nos freezers.

Hoje, ela lidera uma verdadeira "boutique de peixe". Com produtos premium, como camarões, peixes de águas profundas, polvos, material para paella e muito mais, Marinalda mostra que o sucesso vem do mix de produtos selecionados, além da sua forte simpatia.

Jornal Meio Norte: Você um dia imaginou que seria uma grande empresária?

Marinalda Oliveira: Quando eu estava na roça, com sete anos, eu via que aquilo não era para mim. Eu queria construir algo, agregar. Minha história de começo não foi fácil. Sou a prova viva de que você consegue tudo com quatro itens: força, fé, determinação e foco. Nada é impossível! Meu foco, bem novinha, quebrando coco, era estudar. Então, eu saía correndo com os livros embaixo do braço para a aula, sempre chegando atrasado. Com 9 anos fui morar com um tio, irmão do meu pai. Eu lavava, cozinhava, passava, ajudava no comércio, mas desde que eu pudesse estudar. Eu estudei no Colégio Nossa Senhora dos Remédios. Nessa escola havia um convênio com a escola mais requisitada. Como eu vinha de uma família desprovida, consegui uma bolsa, entre os alunos com as melhores notas. Fiz exame de admissão e passei. Passei um ano. Com o tempo, acabei trabalhando na escola para terminar os estudos. Eu era uma espécie de bedel.



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“Eu não mexia com peixe. Eu trabalhava com moda. Eu trazia marcas para minha casa e vendia. Sempre gostei de andar bem vestida! Eu, quando criança, só tinha dos vestidos de chita, mas eram sempre bem passados."
Marinalda Oliveira Souza

JMN: Quais seus planos futuros?

MO: Pensei em abrir uma filial na zona Sul, muitas pessoas me cobram, mas decidi que quero viver minha vida. Eu não tive infância nem adolescência, todo tempo trabalhando. Então quero viver a vida de forma mais tranquila.

JMN: O que o pessoal mais gosta?

MO: Hoje o Lojão do Peixe mudou o hábito do consumidor. O consumidor quer de tudo e eu tenho que ter de tudo. Mas o peixe tradicional, a pescada amarela, é por causa do pai, do tio e do avô. Mas existem produtos tão gostosos quanto a pescada amarela. A exemplo do filé de linguado, que tem o sabor mais neutro, clarinho e baixinho.

JMN: Como você se vê hoje?

MO: Muitas pessoas torcem por mim, admiram meu trabalho. Problema todo mundo tem. Eu tenho iniciativa para trabalhar e correr atrás. Caminhei com um sócio, que era meu ex-marido, por 22 anos. Estou caminhando só com minha equipe fazem 21 anos. Mas eu que fundei.

JMN: De onde vem o peixe que você comercializa hoje?

MO: Do Oiapoque ao Chuí! Pego pescada amarela no Pará. O camarão vem de Santa Catarina. Vem muito pouco do nosso litoral. No máximo uma patinha de caranguejo, camarão salgadinho. A maior parte da minha produção vem de fora. Nossa produção no Piauí era grande, mas hoje não tem mais.

JMN: Como você aprendeu?

MO: Meu filho, Deus me retornou em dobro. Tinha a Casa do Camarão, aí colocaram a Casa do Peixe. Entrei lá para dentro, aprendi a cortar peixe. Eu achava que com uma semana o peixe vencia. Então eu distribuía toda a mercadoria em uma favela que tinha perto da Potycabana. Eu enchia uma F100 com carroceria de madeira, pegava um chocalho e distribuía. O povo vinha e eu entregava tudo. Dali, eu saía e comprava de novo na Casa do Camarão. Resumindo, durante seis meses eu quebrei. Eu entendi que precisava fazer um treinamento. Então entrei em uma empresa do Ceará, vi barco chegando, como manusear o produto. É algo muito perecível. Fiz um intensivão. Aí aprendi. Hoje minhas vitrines são como câmaras frigoríficas. É preciso estar com 18 graus abaixo de zero, sempre. Então voltei com gás total! Voltei doutora em peixe! Então chamei meu marido, e decidimos ir para a praia comprar direto de lá. Assim consegui deixar o preço o menor possível, priorizando a qualidade. Eu pegava peixe de madrugada na João XXIII.

JMN: Como a senhora começou a loja?

MO: Foram 42 anos… Eu não mexia com peixe. Eu trabalhava com moda. Eu trazia marcas para minha casa e vendia. Sempre gostei de andar bem vestida! Eu, quando criança, só tinha dos vestidos de chita, mas eram sempre bem passados. Então meu ex-marido pediu um carro emprestado e me disse que tinha trocado um carro que a gente tinha em um bar. Eu me meti nesse bar. Então eu estava empreendendo e inovando. Até que um cliente queria comprar o bar. Eu era garçonete, fazia  tira-gosto, separava grade de cerveja. Aí engravidei da caçula. Então o cara queria comprar o bar, mas queria que eu continuasse dentro. Aí eu não quis, né? Eu treinei a equipe e deixei tudo no ponto, até que saí. Então meu marido, que na época era diretor do Fripisa, foi diretor de uma empresa do Ceará. Então, tinha o supermercado Gil Andrade, onde hoje é o Pão de Açúcar aqui na João XXIII. Tinham umas lojas ali embaixo, como a Papelaria Nacional. Do lado tinha a peixaria. Eu não entendia nada de peixe. Só sabia de piaba, traíra. Eu não entendia nem da validade.

JMN: Na prática, esse foi seu primeiro emprego?

MO: Sim. Eu era uma verdadeira empregada doméstica. Mas considero meu primeiro trabalho no comércio. Eu trabalhava para meu tio. Então foi meu primeiro contato de compra e venda. Eu aprendi a contar antes de aprender a ler. A maior faculdade que existe é a vida. É preciso aprender sempre.

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