Após morte de gado por frio, produtor rural faz fogueira para ajudar no MS

Nos últimos dias, mais de mil cabeças de gado morreram em decorrência das baixas temperaturas do local.

Gado em volta da fogueira tentando sobreviver a frio intenso no Mato Grosso do Sul | Reprodução - Foto: Divulgação/Iagro
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Na tarde de hoje, sábado (17), um produtor rural de uma fazenda de mangueiros, localizada na região de Itaquiraí, no Mato Grosso do Sul, a 405 km de Campo Grande, postou um vídeo onde mostrava fogueiras com várias cabeças de gado em volta, numa tentativa de manter os mesmos aquecidos, o produtor adotou a medida para proteger os animais do frio intenso que tem atingido toda região Mato Grosso do Sul.

O vídeo acabou repercutindo nas redes sociais após a incidência da morte de mais de mil cabeças de gado em decorrência das baixíssimas temperaturas que têm assolado o Mato Grosso do Sul. De acordo com especialistas na área de zootecnia, a morte dos animais está relacionada com uma severa hipotermia, uma condição onde ocorre a diminuição brusca da temperatura corporal, sendo normalmente causada pela exposição prolongada ao frio, levando na maioria das vezes a vítima a óbito.

Durante o decorrer do vídeo é possível ver várias novilhas, um gado ainda "jovem", reunidos em círculos espalhados no mangueiro, onde assim podem se proteger do frio, entorno das brasas de fogueiras improvisadas que espalhadas pelo campo. Desde a última quarta-feira (14), cerca de 1.071 cabeças de gado acabaram morrendo de frio no Mato Grosso do Sul. A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal (IAGRO) e  Vegetalestima afirmaram que o prejuízo tenha sido em uma base de R$ 3 milhões para os produtores rurais.

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As mortes das cabeças de gado ocorreram principalmente na região da Nhecolândia, localizada no Pantanal sul-mato-grossense, onde quipes da Iagro estão fazendo uma vistoria nas propriedades onde existem suspeitas de morte por condições climáticas. Daniel Ingold, diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), explica em entrevista ao G1, que o gado é uma das espécies de animal que mais tem facilidade para se adaptar ao clima quente e que essa queda brusca de temperatura deixou os animais mais expostos.

Ingold afirmou ainda, que o número de animais mortos no Mato Grosso do Sul pode ser ainda maior. "O que aconteceu agora é uma inversão. Os animais que estão com o corpo quente estiveram expostos a uma temperatura muito baixa. Com umidade elevada, vento e frio, fica mais difícil dos animais resistirem", explica o diretor-presidente. Daniel também explicou que a maior parte das mortes ocorreram em locais com menor quantidade de pasto e ausência de abrigos naturais ou até mesmo artificiais para que os mesmos pudessem se resguardar do frio.

O agravamento da hipotermia, principal responsável pela morte do gado, também pode estar relacionado ao baixo estado nutricional em relação a saúde dos animais e com a pouca disponibilidade de pastos, como detalhou Ingold. "A hipotermia no gado segue a mesma explicação da hipotermia nos humanos. Os animais ficam expostos a baixas temperaturas e acabam morrendo", relatou o especialista.

De acordo com dados do Inmet, foi apontado que na madrugada desta sexta-feira (16), os termômetros do local marcaram cerca de 11°C em Corumbá, com uma sensação térmica ainda mais baixa, tendo uma queda e chegando a 9°C. "Foram as temperaturas registradas mais baixas desse ano. E hoje é possível que ocorram mais mortes", conclui Daniel Ingold.




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