Americanas afasta diretoria durante investigação sobre rombo contábil

O afastamento vale enquanto estiver sendo apurado o escândalo contábil

Avalie a matéria:
Americanas | Mauro Pimentel/AFP
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

DANIELE MADUREIRA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Americanas informou, nesta sexta-feira (3), que toda a sua diretoria foi afastada, 23 dias após a divulgação do fato relevante que escancarou um rombo contábil de R$ 20 bilhões no seu balanço.

O afastamento vale enquanto estiver sendo apurado o escândalo contábil.Foto: Mauro Pimentel/AFP 

De acordo o fato relevante desta sexta, a varejista informa que o conselho de administração da companhia decidiu afastar os diretores estatutários Anna Christina Ramos Saicali (presidente da Ame Digital), José Timotheo de Barros (vice-presidente, responsável por lojas físicas, logística e tecnologia) e Márcio Cruz Meirelles (vice-presidente responsável pelas áreas digital, consumo e marketing).

Leia Mais

Também foram afastados os executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes -os nomes não constam do site de relações com investidores da empresa.

O afastamento vale enquanto estiver sendo apurado o escândalo contábil. A empresa afirma, porém, que o afastamento não representa "qualquer antecipação de juízo."

O conselho da companhia é formado pelos representantes dos acionistas de referência: Carlos Alberto da Veiga Sicupira (fundador do 3G Capital, ele próprio um dos principais acionistas); Paulo Alberto Lemann (filho de Jorge Paulo Lemann, outro acionista de referência e também fundador do 3G), Cláudio Moniz Barreto Garcia e Eduardo Saggioro Garcia.

Participam como membros independentes do conselho Mauro Muratorio Not, Sidney Victor da Costa Breyer e Vanessa Claro Lopes.

A Americanas afirma ter tomado a decisão considerando as novas lideranças internas e externas que vão dar continuidade aos negócios: a nova diretora financeira Camille Loyo Faria (que tomou posse no último dia 1º e trabalhou na recuperação judicial da Oi), as consultorias Alvarez & Marsal (reestruturação) e Deloitte Touche Tohmatsu (assessoria contábil).

Apenas Camille Loyo Faria e João Guerra -o presidente interino da Americanas, indicado quando Sergio Rial renunciou ao comando da rede, em 11 de janeiro- permanecem na empresa.

A empresa diz que várias medidas foram implementadas para garantir a integridade da preservação de informações e documentos da companhia. Cita a contratação do IBPTECH, instituto de perícias forenses, da FTI Consulting, consultoria internacional, da ICTS Security, consultoria especializada em segurança da informação.

'NATURAL DA TERRA NÃO ESTÁ À VENDA'

Em comunicado divulgado também nesta tarde, a Americanas rechaça a ideia de vender a rede de hortifrútis Natural da Terra.

"Em vista de infundados rumores e especulações veiculados em canais de mídia, vem esclarecer aos seus

acionistas e ao mercado em geral que não estão em curso quaisquer negociações visando a alienação, pela companhia, do Hortifruti Natural da Terra", informou.

"A companhia informa, ainda, que estuda continuamente formas de garantir que a recuperação judicial permita ganho de valor para a Americanas e seus stakeholders e mantenha o alto nível de experiência de seus consumidores e parceiros e reitera que manterá seu esforço na busca por uma solução com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo atividade econômica."



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES