Como a indústria do antienvelhecimento faturou R$ 50 Bi com a venda da 'juventude eterna'

Enquanto o mercado de suplementos de colágeno continua em ascensão, há uma pressão crescente sobre a rastreabilidade e a origem da matéria-prima

Da canela ao colágeno | Reprodução
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Em uma reviravolta contemporânea, o colágeno, uma proteína tradicionalmente associada à culinária brasileira, passou de um ingrediente presente no mocotó a uma commodity altamente procurada na indústria global de suplementos. Enquanto a famosa marca dos anos 1970 e 1980 destaca que "gente que come mocotó é puro mocotó", a versão atual da "fonte da juventude" é encontrada em pó ou cápsulas, posicionando-se como um suplemento antienvelhecimento.

Com o Brasil abrigando 15% mais bois do que a população humana, a cadeia de fornecimento de matéria-prima para o colágeno está em expansão, impulsionada pelo crescimento do rebanho, conforme dados do IBGE de 2022. Empresas como Rousselot, agora parte da Darling Ingredients, e Gelnex, recentemente adquirida pela norte-americana Darling por cerca de R$ 6 bilhões, estão na vanguarda desse mercado lucrativo.

A gigante JBS, conhecida por sua produção de proteína animal, também entrou nesse cenário, investindo R$ 400 milhões para produzir peptídeos de colágeno e gelatina a partir da pele de bovinos. Este mercado movimenta US$ 4 bilhões anualmente, com um crescimento superior a 15% nos últimos cinco anos, de acordo com a consultoria Allied Market Research.

A Genu-In, resultado da fusão da Rousselot e Gelnex, já se posiciona entre as três maiores do mercado global de peptídeos e gelatina de pele bovina, competindo com gigantes como Gelita e Rousselot. Thaise Mendes, presidente da Abiad, observa que "o colágeno ganhou protagonismo na busca por saúde e bem-estar nos últimos anos".

Enquanto o mercado de suplementos de colágeno continua em ascensão, há uma pressão crescente sobre a rastreabilidade e a origem da matéria-prima. Reportagens investigativas destacam a possível ligação entre a produção de colágeno e desmatamento na Amazônia, gerando apelos para que o setor aprimore suas práticas sustentáveis.

Empresas do setor, como a Gelita, afirmam comprometimento com a rastreabilidade e sustentabilidade em suas cadeias de suprimentos. No entanto, parlamentares europeus e organizações ambientais estão intensificando o debate sobre os padrões e regulamentações aplicáveis à produção de colágeno, buscando evitar práticas prejudiciais ao meio ambiente e aos direitos humanos.

Enquanto o mercado global de suplementos para saúde das articulações e dos ossos atinge US$ 10 bilhões, com projeções de aumento de 20% nas vendas nos EUA nos próximos três anos, a indústria do colágeno enfrenta um equilíbrio delicado entre sua expansão comercial e a necessidade de garantir práticas sustentáveis e transparentes em toda a cadeia produtiva.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com

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