Entenda os recados do BC sobre possíveis novos cortes na taxa de juros

Autarquia indicou que novos cortes de juros podem vir à frente, a depender da evolução do cenário de inflação e atividade no país

A autarquia ainda sinalizou que novos cortes da mesma magnitude podem vir nas próximas reuniões | Marcello Casal/Agência Brasil
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O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou na quarta-feira, 2, o primeiro corte na taxa básica de juros (Selic) em um período de três anos, totalizando uma diminuição de 0,50 ponto percentual (p.p.), o que a coloca em 13,25% ao ano. O comunicado emitido logo após a decisão destacou que a melhora na situação inflacionária do país permitiu ao Banco Central do Brasil (BC) iniciar um ciclo "gradual" de redução dos juros no território brasileiro.

Além disso, o comunicado sinalizou que futuros cortes com a mesma magnitude podem ser esperados nas próximas reuniões, contanto que o cenário previsto, caracterizado por um contínuo processo de desinflação e ancoragem das expectativas em torno das metas, seja efetivamente alcançado.

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Embora a redução da taxa de juros já fosse amplamente antecipada pelo mercado, mais relevante do que o tamanho do corte em si, foi a abordagem utilizada pelo órgão monetário para justificar a decisão, assim como as indicações oferecidas sobre o direcionamento e a duração desse ciclo de redução.

Confira as mensagens transmitidas pelo Banco Central sobre o futuro da Selic, bem como os impactos dessa decisão na economia brasileira:

  1. Início do ciclo de redução, mas com expectativas contidas para as próximas reuniões;
  2. O cenário inflacionário ainda traz consigo riscos tanto de alta quanto de baixa nos preços, tornando a condução da política monetária uma tarefa que requer "serenidade e moderação".

Essencialmente, o corte da taxa básica de juros pelo Copom, embora tenha sido um pouco mais profundo do que o esperado pelo mercado (que previa uma diminuição de 0,25 p.p.), foi acompanhado por um tom cauteloso em relação às projeções futuras.

O economista da WHG, Danilo Passos, observa: "Mais importante do que o corte de 0,50 p.p. é a comunicação que veio depois. [...] O Banco Central mostrou uma grande preocupação em conter o mercado para que não se espere uma aceleração nas futuras reduções da Selic."

A indicação do BC é que, caso o cenário de desinflação e ancoragem das expectativas persista, "os membros do Comitê, de maneira unânime, antecipam uma redução de magnitude similar [0,50 p.p.] nas próximas reuniões e consideram que esse é o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista, essencial para o processo de desinflação."

O comunicado também enfatiza que a amplitude total do ciclo de redução da Selic ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, especialmente dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das projeções de inflação a longo prazo e das perspectivas inflacionárias, além de considerar o hiato do produto e o balanço de riscos.

Ademais, outra abordagem que parece ter sido adotada pelo Copom para conter projeções de cortes mais profundos na taxa básica foi a divulgação de que os diretores do comitê tiveram opiniões divergentes em relação à magnitude do corte a ser realizado na reunião de hoje. Cinco diretores votaram a favor do corte de 0,50 p.p., enquanto quatro manifestaram a preferência por uma diminuição de 0,25 p.p..



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