Mateus Supermercados supera Grupo Pão de Açúcar em faturamento

No ano de 2022, Mateus Supermercados alcançou um marco ao ultrapassar em faturamento o tradicional Grupo Pão de Açúcar (GPA), que é controlado pelo conglomerado francês Casino. No ranking anual da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a empresa, fundada e dirigida pelo empresário Ilson Mateus, ascendeu à terceira posição nacional, ficando atrás somente do Carrefour e do Assaí.

Com origens modestas na cidade de Balsas, em 1986, o grupo registrou um impressionante crescimento de 38,5% nas vendas do ano anterior, alcançando uma receita de R$ 24,6 bilhões e um lucro líquido de R$ 1,06 bilhão.

Para dar continuidade à sua expansão, Ilson planeja inaugurar 50 novas lojas ao longo de 2023, agregando-se às já existentes, que ultrapassam a marca de 200 em operação no país.

A liderança no ranking continuou nas mãos do Carrefour pelo sétimo ano consecutivo. O grupo movimentou R$ 108,1 bilhões em 2022, quase 80% a mais do que o Assaí Atacadista, que ficou na segunda posição. O Supermercados BH garantiu o quinto lugar, com um faturamento de R$ 14 bilhões.

O ranking da Abras é produzido em colaboração com a consultoria NielsenIQ e lista as 30 maiores empresas do setor de supermercados anualmente. Os números foram apresentados durante um evento em São Paulo e serão publicados na edição de maio da revista SuperHiper, produzida pela associação. Essa publicação abrangente também abordará outros dados, como o número de lojas e índices de eficiência.

De acordo com a Abras, o setor supermercadista gerou um faturamento total de R$ 695,7 bilhões em 2022, considerando diversos formatos e canais de distribuição.

O GPA é proprietário de marcas como Pão de Açúcar, Compre Bem, Mercado Extra e a colombiana Éxito. No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou um prejuízo de R$ 248 milhões. No mesmo período de 2022, o grupo havia registrado um lucro de R$ 1,4 bilhões.

O ranking da Abras reflete os resultados de 2022, período em que, no último trimestre, o GPA apresentou um prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão. À época, a companhia informou aos investidores ter destinado R$ 227 milhões para processos de reestruturação. Também mencionou a necessidade de enfrentar contingências trabalhistas e tributárias.

Marcelo Pimentel, presidente do grupo, transmitiu uma mensagem aos investidores, destacando que o ano anterior foi de "consolidação das diretrizes do novo GPA", marcado pela decisão de encerrar operações de hipermercados e focar em supermercados premium, lojas de proximidade (unidades menores) e na adoção de múltiplos canais de negócios.