Egito retoma listas de estrangeiros para sair de Gaza; Brasil fica de fora

A nova lista de autorizações inclui cidadãos da Alemanha, Romênia, Ucrânia, Canadá, França, Moldova, Filipinas e Reino Unido

Egito retoma listas de estrangeiros para sair de Gaza; Brasil novamente de fora | Reprodução/GloboNews
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Nesta terça-feira, 7 de novembro, o governo do Egito retomou a divulgação de uma lista de cidadãos estrangeiros com dupla nacionalidade autorizados a deixar a Faixa de Gaza. Este território é controlado pelo grupo terrorista palestino Hamas e tem sido alvo de ataques de Israel há um mês.

A nova lista de autorizações inclui cidadãos da Alemanha (159), Romênia (104), Ucrânia (102), Canadá (80), França (61), Moldova (51), Filipinas (46) e Reino Unido (2). No entanto, o Brasil, que tem 34 pessoas aguardando para sair, não foi contemplado novamente, conforme relatado pelo embaixador Alessandro Candeas do Escritório de Representação na Cisjordânia.

Na sexta-feira, 3 de novembro, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, comunicou ao seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira, que todos os cidadãos estrangeiros deveriam deixar a Faixa de Gaza até a quarta-feira, 8 de novembro. No entanto, no dia seguinte, os egípcios fecharam a passagem de Rafah.

Isso ocorreu devido ao ataque de Israel a um comboio de ambulâncias que deixava um hospital da capital homônima de Gaza rumo ao Egito, transportando feridos mais graves dos bombardeios de Tel Aviv contra o Hamas. Segundo Israel, informações de inteligência apontavam a presença de terroristas nas ambulâncias, embora esse tipo de ataque seja condenado no direito humanitário internacional. O Hamas afirma que civis morreram na ação.

Os pacientes, assim como cidadãos egípcios ainda na faixa, também foram incluídos no acordo mediado por Estados Unidos e Qatar, interlocutor do Hamas, na semana passada. A diferença é que os palestinos, uma vez tratados, terão de voltar a Gaza. O governo no Cairo disse que não poderia permitir as saídas enquanto houvesse risco para os feridos. Em nova negociação, os comboios de ambulância agora são organizados pelo Crescente Vermelho/Cruz Vermelha, com acompanhamento da ONU.

As saídas foram retomadas, de forma ainda limitada, na segunda (6). Naquele dia, apenas estrangeiros que já tinham o nome nas listas egípcias das quatro primeiras levas tiveram o OK para seguir em frente. Agora, a lista diária voltou. Da quarta (1) até o sábado (4), foram autorizadas a deixar Gaza cerca de 2.700 pessoas, além de mais de cem feridos. O país mais favorecido foi os Estados Unidos, que tinham o maior contingente estrangeiro na região, talvez 1.200 de 7.500 pessoas elegíveis. Muitos não saíram, dada a morosidade do processamento na fronteira.

Para sair, é preciso autorização do Egito, o destino, de Israel, que quer monitorar a evasão de terroristas, dos EUA e do Qatar. O processo é tortuoso, o que leva a questionamentos no Brasil acerca da demora, em particular pelo fato de o país ter boas relações com todos os lados envolvidos. Teorias conspiratórias à parte, e elas abundam, há a frustração das 34 pessoas divididas entre Rafah e a cidade de Khan Yunis, distante 10 km da fronteira. Os bombardeios por lá seguem diários, ainda que o foco da guerra seja no segmento norte da Faixa de Gaza, sob cerco terrestre israelense.

Além deles, o Itamaraty já repatriou 1.410 brasileiros e 3 bolivianos de Israel, além de 32 brasileiros que moravam na Cisjordânia, onde a violência está crescente. A guerra começou há um mês, quando o Hamas disparou o maior ataque terrorista da história de Israel, matando ao menos 1.300 pessoas. A retaliação até aqui provocou mais de 10 mil mortes, segundo o governo de Gaza.

(Com informações da FolhaPress - Igor Gielow)



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