Paciente que teve remissão completa de câncer já caminha sozinho; veja

Terapia celular é estudada para 3 tipos de cânceres: leucemia linfoblástica B, linfoma não Hodgkin de células B e mieloma múltiplo

Paciente que teve remissão do câncer volta a fazer caminhadas sozinho | — Foto: Arquivo pessoal
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Quase 90 dias após passar por um tratamento inovador contra o câncer, o paciente Paulo Peregrino está de volta às caminhadas em São Paulo. Durante 13 anos, ele lutou contra a doença e obteve remissão completa do linfoma em apenas 1 mês por meio da terapia com CAR-T Cell. Paulo estava prestes a iniciar cuidados paliativos quando se tornou o 14º paciente a receber esse tratamento revolucionário entre março e abril. 

Essa técnica utiliza as próprias células de defesa do paciente, modificadas em laboratório, e faz parte de um estudo financiado pela Fapesp e pelo CNPq. Todos os pacientes que passaram pelo método alcançaram remissão de, no mínimo, 60% dos tumores. O tratamento foi realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e oito dos pacientes estão vivos até hoje.

Esse método é direcionado a três tipos de câncer: leucemia linfoblástica B, linfoma não Hodgkin de células B e mieloma múltiplo, que afeta a medula óssea. Atualmente, o protocolo para o mieloma múltiplo ainda não está disponível no país.

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Paulo conta animado sobre seu progresso: "Desde a alta, praticamente não parei de caminhar. No começo, eram caminhadas curtas de cerca de 10 minutos, mas já estou caminhando mais. A fisioterapeuta ficou impressionada e orgulhosa quando me viu caminhando. Talvez seja por isso que me chamo Peregrino", brinca.

Ele deixou o hospital no final de maio, mas recentemente teve uma febre e retornou ao Hospital das Clínicas para acompanhamento médico. No entanto, na última sexta-feira, ele saiu a pé e com uma mochila nas costas, percorrendo 2.437 passos, 1.610 metros em 25 minutos até um mercado, retornando para casa de carro através de um serviço de transporte por aplicativo.

Quando não está caminhando em torno do terreno onde alugou um apartamento na capital paulista, enquanto ainda é monitorado pelos médicos, Paulo está concentrado em seu projeto de escrever um livro que conta sua jornada de mais de dez anos lutando contra a doença.

"Neste fim de semana, pretendo finalizar a cronologia do livro. Estou colaborando com a minha esposa para inserir dados e separar fotos por datas. Já tenho 55 páginas escritas", comemora. Paulo, aos 61 anos, é o caso mais recente de remissão completa em um curto período de tempo no grupo de estudos do Centro de Terapia Celular, adotado pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto desde 2019.



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