Vacina para cocaína em desenvolvimento na UFMG é finalista de prêmio

Dose busca induzir anticorpos que se juntam à droga e, com isso, aumentem as moléculas de tamanho para impedir que elas cheguem ao sistema nervoso

Vacina para cocaína em desenvolvimento na UFMG é finalista de prêmio | Reprodução/Pixabay
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A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está desenvolvendo uma vacina terapêutica para tratar a dependência de cocaína, e essa inovação foi selecionada como finalista do Prêmio Euro Inovação na Saúde, promovido pela empresa farmacêutica EuroFarma e envolvendo diversos países da América Latina. 

A aplicação da droga estimula o sistema imunológico a gerar anticorpos específicos que se ligam às substâncias presentes na corrente sanguínea. Essa interação resulta na formação de complexos moleculares maiores, incapazes de atravessar a barreira hematoencefálica, uma membrana que envolve e preserva o Sistema Nervoso Central (SNC). Como resultado, a cocaína é impedida de alcançar o cérebro

“Demonstramos a redução dos efeitos, o que sugere eficácia no tratamento da dependência. Pensamos em utilizar o fármaco para evitar recaídas em pacientes que estão em tratamento, dando mais tempo para eles reconstruírem sua vida sem a droga”, explica professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG e pesquisador responsável, Frederico Garcia, em comunicado da universidade. 

Atualmente, não há terapias desse tipo que tenham sido aprovadas pelas agências reguladoras. Portanto, o tratamento para dependência se baseia principalmente em abordagens comportamentais e medicamentos que visam aliviar os sintomas associados, ajudando os indivíduos a lidarem com a abstinência e a impulsividade. 

“Esse é um problema prevalente, vulnerabilizante e sem tratamento específico. Os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e eficácia da vacina nesta aplicação. Ela aporta uma solução que permite aos pacientes com dependência se reinserir socialmente e voltar a realizar seus sonhos”, defende Garcia.

O projeto do imunizante já concluiu as etapas pré-clínicas, em laboratório, que avaliaram a segurança e o potencial da dose em tratar a dependência de animais expostos durante a gravidez às drogas. Isso porque, durante os testes com ratas grávidas, observou-se que “a vacina impediu a ação da droga sobre a placenta e o feto”. “Observamos menos complicações obstétricas, maior número de filhotes e maior peso do que as não vacinadas”, relata o especialista. 

Os responsáveis pelo projeto têm expectativas de que a vacina seja eficaz também contra os derivados da cocaína, como o crack. Atualmente, estão buscando financiamento para avançar para as fases de estudos clínicos em seres humanos. Em caso de êxito na obtenção do prêmio, Garcia menciona que os fundos recebidos poderão auxiliar na pesquisa.

(Com informações do O Globo e UFMG)



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