Assassino de repórter furou pneu para atraí-lo para fora de festa, diz delegado

O delegado responsável pelo caso afirmou que está considerando três a quatro linhas de investigação

Assassino de repórter furou pneu para atraí-lo para fora de festa | Reprodução
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O jornalista e pré-candidato a prefeito de Guarujá, Thiago Rodrigues, que perdeu a vida de forma violenta durante uma celebração em Vicente de Carvalho, possivelmente foi vítima de um assassinato motivado por questões políticas ou empresariais. Conforme divulgado pelo G1 nesta terça-feira (2), o responsável pelo crime provavelmente tinha conhecimento de que o veículo de Thiago era à prova de balas, decidindo assim esvaziar o pneu na tentativa de atraí-lo para fora do evento.

Uma investigação policial foi iniciada na 3ª Delegacia de Homicídios de Santos. O delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), afirmou que estão sendo consideradas três ou quatro linhas de investigação, sendo que há fortes indícios de que o crime foi premeditado.

"Ele já tinha um temor em relação a sua integridade física, sua vida, tanto que já havia registrado alguns boletins de ocorrência de ameaça. Nós estamos iniciando uma pesquisa junto ao nosso sistema digital de ocorrências para apurar contra quem ele fez esses boletins; quem teria sido, segundo ele, os autores dessas ameaças”, disse.

De acordo com Barbeiro, depoimentos preliminares foram colhidos de testemunhas oculares presentes na festa, assim como membros da família de Thiago. As audiências formais começarão em breve para orientar o início do inquérito.

"A Polícia Civil tem por atribuição não só o esclarecimento da autoria e materialidade, mas também a motivação. É importante para que a gente esclareça isso no curso do inquérito policial. Se tem alguma conotação pessoal, passional, empresarial ou política", afirmou.

Uma característica de grande relevância para as autoridades policiais é o fato de que Thiago era reconhecido por suas denúncias e críticas. Com base nessa informação, a polícia está empenhada em uma corrida contra o tempo, utilizando dados do boletim de ocorrência, materiais apreendidos, análise de imagens e perícia técnica para esclarecer o caso.

A mulher que aparece ao lado de Thiago em stories no Instagram, publicados por ele horas antes do crime, mantinha uma relação próxima com a vítima, embora a natureza exata desse vínculo ainda não seja conhecida. Dada a repercussão do caso, a investigação está sendo conduzida sob sigilo.

A polícia suspeita que o autor do crime provavelmente tinha ciência de que o carro da vítima era blindado. Por essa razão, teria optado por furar o pneu, impedindo assim o uso do veículo para transporte e tornando Thiago mais vulnerável. A bicicleta utilizada pelo autor para fugir do local ainda não foi localizada.

"Agora, é trabalho nosso de investigação poder identificar esse rapaz [autor do crime], poder reunir todos esses elementos de prova, inclusive as imagens, tentar encontrar a arma de fogo utilizada, para que a gente possa afirmar de forma oficial a autoria do crime", disse.

A polícia foi informada do vídeo divulgado por Thiago sobre "assassinatos políticos" em Guarujá, e esse material foi incluído no inquérito. Uma das metas da investigação é determinar se existe alguma conexão entre as posições da vítima e sua vida no empreendedorismo, considerando também a possibilidade de envolvimento em uma rivalidade empresarial.

Conforme declarado pelo delegado, há diversos indícios que sugerem a premeditação do crime, sendo um exemplo os danos propositais ao pneu do veículo. "Segundo informações preliminares, isso teria sido realizado de maneira intencional, com o propósito de atrair a vítima para as proximidades de seu veículo", afirmou.

A equipe aguardará os depoimentos das testemunhas e uma análise dos projéteis no corpo de Thiago, além das cápsulas encontradas ao redor dele, para chegar a conclusões mais robustas. Resultados dos laudos necroscópicos, uma avaliação mais aprofundada das imagens e dos dois celulares encontrados com Thiago - um no seu bolso e outro entregue por uma pessoa não identificada - também estão pendentes.

O delegado Barbeiro esclareceu que testemunhas comunicaram à polícia a presença de um possível amigo de Thiago, convocado por um terceiro que alertou sobre o pneu furado. Apesar da informação constar no boletim de ocorrência, a polícia ainda não conseguiu localizar ou identificar esse amigo.



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