Chacina no Ceará foi executada após criminosos assistirem vítimas em live

A chacina que deixou quatro pessoas da mesma família mortas dentro de uma residência em Enseada dos Patos, litoral de Itarema, no Ceará, na última segunda-feira (30), foi praticada após os criminosos assistirem a uma live transmitida pelas próprias vítimas nas redes sociais, segundo a Polícia Civil.

A principal linha de investigação se trata de uma disputa de facções criminosas. Na ocasião, havia pessoas ligadas aos Guardiões do Estado (GDE), enquanto os assassinos integravam o Comando Vermelho (CV). As vítimas foram identificadas como Maria Gabriele Jaques, Maria Josina dos Santos Oliveira, Maria Eduarda dos Santos Nascimento e Francisco da Guia Oliveira. Tinham entre 13, 17, 20 e 24 anos.

Segundo testemunhas, a adolescente e um rapaz estavam dormindo quando o local foi invadido por homens armados que atiraram e mataram a família. Testemunhas estimaram que entre 8 e 12 pessoas participaram do crime. Eles seriam integrantes do CV que atua na localidade de Mirinduba, em Amontada, município vizinho à Itarema. 

Criminosos invadem residência e matam quatro pessoas da mesma família no Ceará | Foto: Blog do João Marcolino

De acordo com a Polícia Civil, apenas uma das vítimas era integrante da GDE. No entanto, uma testemunha afirmou que “por andar” com faccionados rivais, acredita-se que os familiares também estavam na mira dos criminosos. Na ação, eles ainda levaram os aparelhos celulares da residência. 

Na fuga, os criminosos ainda dispararam três vezes contra a casa de um morador da localidade, pois este foi à rua após ouvir diversos barulhos de tiros. Ninguém ficou ferido.

No dia 31 de outubro, Davi Sousa de Oliveira, de 23 anos, um dos envolvidos na chacina, foi preso. A Polícia Civil encontrou no celular de outro suspeito de praticar o crime (Henrique do Nascimento Moreno), morto posteriormente, em intervenção policial, mensagens que teriam sido enviadas por Davi fazendo referência à live.

Troca de mensagens entre os criminosos | FOTO: Divulgação/Polícia Civil

“Tu num tem uns cara (inaudível)..cade o (outro suspeito do crime, ainda foragido) não? Pra nós ir buscar eles aí agora”, diz Davi em um áudio.

Em depoimento, Davi preferiu ficar em silêncio quando questionado sobre a chacina, mas afirmou que não esteve em Amontada durante o fim de semana. Ao lado dele, foi preso Jeremias Teixeira de Sousa, autuado por tráfico de drogas. A Polícia Civil ainda investiga o envolvimento dele na chacina.