Justiça mantém prisão de ex-diretor da Polícia Civil por ameaças a ex-amante

Além disso, o delegado foi denunciado pela própria esposa após ameaças constantes.

Justiça mantém prisão de ex-diretor da Polícia Civil por ameaças a ex-amante | Reprodução
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O ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido, que foi preso na manhã deste sábado (4), passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida pela Justiça. Ele é acusado de usar a estrutura da corporação para perseguir e ameaçar uma mulher que alega ter sido sua amante.

O delegado foi colocado em uma cela individual, isolado de outros presos, na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE). Existe a possibilidade de Robson Cândido ser transferido para o complexo penitenciário da Papuda, onde ficaria em uma ala especial, separado da massa carcerária. 

“Há grave risco à integridade da vítima, o que justifica a decretação da prisão preventiva”, afirmou o magistrado na sentença.

De acordo com o juiz do processo, Frederico Ernesto Cardoso Maciel, o ex-chefe da PCDF mantinha o monitoramento da ex-amante. A mulher afirmou que Robson não aceitou o término do relacionamento e passou a persegui-la "em todos os locais que frequentava". Ela disse ainda que, por diversas vezes, Cândido invadiu a casa dela, a perseguiu no trânsito, no trabalho e “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.

Ex-diretor da Polícia Civil Robson Cândido | FOTO: Reprodução

“A vítima narrou que Robson a perseguiu, surpreendendo-a diversas vezes na rua e em locais por ela frequentados, o que fortalece os indícios da utilização indevida da medida de monitoramento para a prática do delito de stalking. Ademais, mesmo após ter sido intimado das medidas protetivas deferidas em favor da vítima, não foram tomadas medidas para encerrar o monitoramento eletrônico sobre a vítima”, diz o documento do Ministério Público.

Além disso, o delegado foi denunciado pela esposa após ameaças constantes. "Vou te ferrar de verde e amarelo", teria dito Robson à esposa, quando os dois decidiram pela separação, pois vinham enfrentando dificuldades no relacionamento "por causa de traições". 

Além de Robson Cândido, a apuração do MPDFT teve como alvo o delegado-chefe da 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte), Thiago Peralva. Segundo os promotores, os dois realizaram manobras nos autos de um processo criminal para inserir o telefone da vítima, que alega ser ex-amante do ex-diretor geral da PCDF, em um monitoramento ilegal.

“[Os dois] Também utilizaram-se de bens pertencentes à Polícia Civil como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos, carros oficiais e celulares de outros delegados da Direção-Geral da PCDF para a prática de delitos contra mulher em situação de violência doméstica”, informa a decisão que resultou na prisão preventiva de Cândido.

O MPDFT, por meio do NCAP e do GAECO, requereu a prisão preventiva do delegado Thiago Peralva, porém, o pedido foi negado pelo juiz que, como medida cautelar diversa, impôs o uso de tornozeleira eletrônica e o afastamento das funções.

Dois promotores do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) do MPDFT, acompanhados de 20 policiais, também cumpriram mandado de busca e apreensão nas dependências da 19ª Delegacia de Polícia, comandada por Thiago Peralva. Foram apreendidos computadores, HD, Go Pro e pen drives. Além da delegacia, a casa de Thiago Peralva também foi alvo de busca e apreensão.



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