Atentado a bomba não teve sucesso por 'pão-durice' de bolsonaristas com militares

Alan Diego e George Washington resolveram não pagar aos boinas vermelhas e fabricarem e instalarem, por conta própria, a bomba no caminhão-tanque

George Washington e Alan Diego, condenados pelo atentado a bomba em Brasília | Reprodução
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Um dos presos pela tentativa de explodir uma bomba no aeroporto de Brasília em 24 de dezembro de 2022, Alan Diego dos Santos, disse à Polícia Civil do Distrito Federal, em depoimento no dia 26 de janeiro de 2023, que um grupo de militares extremistas da reserva conhecidos como boinas vermelhas ou paraquedistas, se ofereceu para fabricar e instalar o artefato explosivo em um caminhão-tanque que seria explodido no aeroporto de Brasília, mas cobrando para executar esse serviço.

Ainda no seu depoimento à Polícia Civil, Alan Diego conta que, junto com George Washington de Oliveira Sousa, resolveram não pagar aos boinas vermelhas e fabricarem e instalarem, por conta própria, a bomba no caminhão-tanque. Esses relatos constam de um documento de inteligência produzido a partir das informações obtidas pela Polícia Civil que foram entregues à CPI do 8 de janeiro e obtido pela Folha.

Ou seja, se Alan Diego e George Washington, hoje ambos presos e condenados pelos crimes cometidos naquela noite de 24 de dezembro de 2022, tivesse aceitado pagar aos boinas vermelhas para executarem o serviço de instalar a bomba no caminhão-tanque no aeroporto de Brasília, talvez eles tivessem obtido êxito em causar pânico, e centenas ou quem sabe milhares de mortes, e instalar o caos no país, possibilitando um golpe.

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) elaborou um relatório alertando para a presença do grupo extremista de militares da reserva no acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Eles teriam se apresentado como membros da reserva das Brigadas de Infantaria Paraquedista do Exército. Os dados foram enviados à CPMI dos Atos Golpistas.

Além disso tudo, a Polícia Federal encontrou uma minuta golpista e estudos para apoiar um golpe de Estado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e também na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O texto permitiria convocar as Forças Armadas em caso de caos. O que poderia ter sido causado caso o atentado a bomba tivesse dado certo.

O Exército impediu a entrada da PM para prender golpistas no acampamento montado em frente ao seu QG na noite dos ataques de 8 de janeiro. Isso deu tempo a muitos golpistas fugirem. Sob a chantagem de que haveria uma "noite de sangue" se a PM entrasse para prendê-los no acampamento, Lula aceitou a proposta do então comandante militar do Planalto, general Dutra de Menezes, para que isso ocorresse apenas na manhã do dia seguinte.

Todo o enredo do que se sucedeu posteriormente mostra que uma parte dos militares estava sim com o ex-presidente e que ele não teve apoio que queria para o seu golpe de Estado, inclusive por conta da parcela legalista da cúpula das Forças Armadas. Mas a participação de militares da reserva e da ativa fez toda a diferença para que golpistas pudessem ameaçar a República.

Por sorte, o roteirista desta chanchada chamada Brasil colocou terroristas que preferiram economizar uns caraminguás. Se fossem profissionais colocando as bombas, a história do país poderia ter sido outra.



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