Preso por bomba em Brasília quebra silêncio e diz que não é terrorista

Ele é um dos acusados de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília, na véspera do Natal em 2022.

Empresário foi preso em dezembro por colocar bomba ao lado de caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília | Reprodução
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O empresário George Washington de Oliveira Sousa depôs, nesta quinta-feira (22), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura os atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro deste ano. Ele é um dos acusados de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília, na véspera do Natal em 2022. 

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George, que foi preso em dezembro e condenado pela Justiça do Distrito Federal a nove anos e quatro meses de prisão, no mês de maio, foi convocado, inicialmente, a comparecer à CPMI na condição de testemunha. Contudo, o presidente da Comissão, Arthur Maia (União Brasil) e a relatora da CPI, Eliziane Gama (PSD) decidiram mudar a condição dele para investigado.

"Concluímos que não é razoável que alguém que tentou explodir uma bomba e, portanto, é uma das pessoas mais envolvidas neste fato que levou ao dia 8 de janeiro não seja trazida à nossa presença senão na condição de investigado e não na condição de testemunha", disse o presidente da Comissão.

Inicialmente, George declarou que permaneceria calado diante dos questionamentos. A advogada de defesa havia protocolado um habeas corpus para que fosse garantido o direito de ficar em silêncio e respondesse apenas perguntas sobre fatos objetivos, que não comprometam sua imagem. Contudo, durante o depoimento, George quebrou o silêncio  e disse que "seria insano colocar uma bomba perto de um caminhão tanque". 

"Eu sou casado há 33 anos, tenho dois filhos, um dos filhos requer cuidados especiais e há 37 anos da minha vida, eu trabalho em empresa de caminhão tanque de petróleo, de garagem, de transporte de combustível naval. Então, desses 37 anos eu me afastei muito pouco desse ramo de combustíveis, de inflamáveis. Seria uma loucura, uma insanidade da minha cabeça colocar algo que explodisse um caminhão tanque. Eu acabaria com toda a minha vida", declarou.

'Estado de sítio'

Na época em que foi preso, em 2022, George Washington de Oliveira Sousa relatou em seu depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal que a intenção do ataque era provocar as Forças Armadas a decretarem "estado de sítio" e realizarem uma intervenção militar, o que é inconstitucional. 

"Eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação do estado de sítio para impedir instauração do comunismo no Brasil", disse, conforme trecho do seu depoimento. 

Sousa, que é do Pará, relatou, na época, trabalhar como gerente de posto de gasolina e disse que se deslocou a Brasília no dia 12 de novembro para participar das manifestações no quartel-general do Exército e que o plano da bomba foi traçado pelos manifestantes do QG: explodir o artefato no estacionamento do aeroporto de Brasília. 



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