Em reunião com ministros, Lula sinaliza Paulo Gonet para PGR e Dino para o STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu um jantar para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no Palácio da Alvorada. De acordo com informações obtidas pelo jornal O GLOBO junto a participantes do encontro, durante a conversa, o presidente indicou que está inclinado a escolher o subprocurador Paulo Gonet como chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR). 

No encontro, o presidente ainda indicou indiretamente, que o ministro Flávio Dino (Justiça) pode ser o escolhido para a vaga aberta no STF, sendo ambos nomes apoiados por integrantes do tribunal. O jantar na residência oficial contou com a presença dos ministros Gilmar Mendes, decano do STF, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes. O ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), e o próprio Flávio Dino, também participaram do encontro.

Antes do jantar, Lula teve uma reunião reservada de cerca de 30 minutos com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Barroso não participou do jantar, pois viajou para o Rio de Janeiro na noite daquele dia.

Quanto à indicação de Gonet para a PGR, Lula afirmou, segundo participantes do jantar, que pretende fazê-la nos próximos dias, priorizando essa questão antes da escolha para o STF. No entanto, Lula viajará para a COP-28 na próxima segunda-feira e retornará apenas no início de dezembro. Sobre Flávio Dino, a sinalização foi mais discreta, mas a presença do ministro da Justiça foi interpretada como um indício de que seu nome voltou a ser o favorito para integrar a Corte.

O convite de Lula para o jantar foi percebido pelos ministros como uma demonstração de que a relação entre os Poderes Executivo e Judiciário continua positiva. A reunião ocorreu um dia após o Senado aprovar uma PEC que restringe o poder dos ministros do STF, limitando as decisões individuais. Esta proposta recebeu o voto favorável do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, gerando descontentamento entre os magistrados.

Apesar das declarações duras de Barroso, Gilmar e Moraes contra a ofensiva do Senado, o tom da conversa durante o jantar foi descrito como amistoso, e a discussão sobre a PEC não foi o tema principal, segundo auxiliares presentes.