Lula atende Marina Silva e veta parte do esvaziamento do Meio Ambiente

O texto da MP foi alvo de intensa negociação entre governo e Congresso, tendo sido aprovado pelo Congresso Nacional no 1º de junho

Lula e Marina Silva | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A Medida Provisória 1154/23, que trata da reestruturação da Esplanada dos Ministérios foi sancionada, com quatro vetos, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto foi publicado na edição desta terça-feira (20), do Diário Oficial da União (DOU). 

Dois dos pontos vetados se referem ao Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva (Rede-AP), que tratam da transferência da Política Nacional de Recursos Hídricos e da gestão de recursos hídricos para o Ministério de Integração e do Desenvolvimento Regional. Apesar do veto, o presidente manteve a transferência do Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério da Gestão e da Inovação. 

Ao vetar a transferência dos recursos hídricos, o governo argumentou que “a gestão das águas é tema central e transversal da política ambiental, da qual a água constitui um dos recursos ambientais da Política Nacional do Meio Ambiente”. 

“Pressupõe compreender a água como um bem de domínio público, cuja disponibilidade em qualidade e em quantidade, como insumo para as atividades humanas, é indissociável da manutenção dos processos ecológicos e sua interação com a adaptação às mudanças climáticas”, justificou o governo Lula no veto.

O texto da MP foi alvo de intensa negociação entre governo e Congresso, tendo sido aprovado pelo Congresso Nacional no 1º de junho, dias antes de perder a validade. A demora na análise do texto foi um recado ao Palácio do Planalto para que o governo reavaliasse a articulação política com o Parlamento. As mudanças na estrutura do Ministério do Meio Ambiente geraram mal-estar entre a ministra de Meio Ambiente o governo e parlamentares.

Outros vetos

Além da transferência da Política Nacional de Recursos Hídricos para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, o presidente Lula também vetou outros dois dispositivos. Um deles é o artigo que estabelecia a responsabilidade do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para coordenar as atividades de inteligência federal. O governo argumentou que haveria “conflito de competência”, uma vez que outra lei determina que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é o “órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, responsável por planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência”.

Foi vetado também o dispositivo que determinava que o Ministério das Cidades seria o responsável pelo saneamento e edificações nos territórios indígenas. A justificativa para o veto se deve, segundo o governo Lula de que o artigo “contraria o interesse público”, pois inviabilizaria a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e “geraria impactos negativos diretos na saúde das populações indígenas”.

Agora, a medida provisória precisa do aval do Congresso Nacional para se tornar lei de forma definitiva. O Congresso tem até 120 dias para analisar as medidas, caso contrário, perdem a validade e deixam de vigorar.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES