Lula chega à Casa Branca para se encontrar com Biden em reunião bilateral

Lula chegou acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e foi recebido pelo presidente americano e a mulher.

Lula e Biden | Reprodução
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PATRÍCIA CAMPOS MELLO E THIAGO AMÂNCIO

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou à Casa Branca às 15h50 desta sexta-feira (10) e cumprimentou Joe Biden com um aperto de mãos que simbolizou a reaproximação entre Brasil e Estados Unidos após dois anos de relações dormentes.

Lula chegou acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e foi recebido pelo presidente americano e a mulher, Jill Biden, no jardim dos fundos da Casa Branca. Ele seguiram para o Salão Oval, onde se reunirão a sós antes de um encontro maior com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente) e o assessor especial Celso Amorim, junto de ministros equivalentes do governo Biden.

Lula e Janja são recebidos por Biden na Casa Branca | FOTO: Reprodução

A visita a Washington é cercada de expectativas do governo americano, depois das relações tensas da Casa Branca com Brasília no período em que Biden conviveu com Jair Bolsonaro no comando do país.

Biden foi um dos primeiros líderes a parabenizar Lula após a confirmação da vitória na eleição presidencial. A Casa Branca disparou comunicado à imprensa às 20h33 (de Brasília), pouco mais de meia hora após a confirmação oficial. Quando o democrata foi eleito presidente dos EUA, em 2020, Bolsonaro demorou 38 dias para parabenizá-lo.

Apoiador de primeira hora do ex-presidente Donald Trump, o brasileiro ainda ecoou alegações de fraude na eleição americana. Biden e Bolsonaro nunca se falaram por telefone e só se reuniram uma vez.

O convite para a visita de Lula foi feito pouco após a eleição do petista e reforçado quando os dois presidentes se falaram no dia seguinte aos ataques aos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro. Os atos golpistas contrários a eleição do brasileiro repetiram com dois anos de diferença a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Donald Trump tentaram impedir à força a confirmação da vitória de Biden.

Esse é um dos elementos mais fortes de conexão entre Lula e Biden e um dos tópicos centrais da reunião desta tarde entre os dois presidente.

O outro assunto é a defesa do meio ambiente e o reconhecimento da urgência da crise do clima. Com a posse de Lula e o descongelamento do Fundo Amazônia, iniciativa bancada por Noruega e Alemanha para preservar a maior floresta do Brasil, os Estados Unidos reverteram um posicionamento dos últimos anos e aceitaram colocar dinheiro. O anúncio deve ser feito após o encontro entre os dois mandatários.

Biden recebe Lula na Casa Branca | foto:  Jonathan Ernst/Reuters

Lula e Biden se conheceram em 2009, quando o hoje presidente americano era vice de Barack Obama e o petista estava em seu segundo mandato presidencial.

A nova embaixadora americana no Brasil, Elizabeth Bagley, viajou aos Estados Unidos para acompanhar a visita. Ao se encontrar com Lula na última semana em Brasília, a embaixadora afirmou que estava "muito confiante que eles serão melhores amigos", porque ambos tem "personalidades muito envolventes". Ela disse ainda que Biden vê Lula "não apenas como líder de seu país, mas um líder regional e global."

A presença de Bagley na Casa Branca contrasta com a situação do Brasil. A visita de Lula à capital dos EUA aconteceu em um momento de troca no comando da embaixada brasileira em Washington.

O novo governo indicou Maria Luiza Viotti como nova representante do governo no país, mas ainda precisa ser aprovada pelo Senado. O atual embaixador, Nestor Forster, identificado com o bolsonarismo e admirador de Olavo de Carvalho, ainda não deixou o posto, mas tirou férias durante a visita de Lula para evitar uma saia justa com o novo presidente. Nesse período, a embaixada é comandada por Bernardo Paranhos Velloso, hoje número dois na instituição.

Uma visita presidencial com uma embaixada "acéfala" fez com que a viagem fosse toda organizada diretamente por Brasília, com pouca participação da representação brasileira no exterior.



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