Lula destaca função do Brasil de alertar produtores sobre fim dos combustíveis fósseis

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, neste sábado (2).

Lula participa de reunião da Opep +, em Dubai | Presidência da República
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, neste sábado (2), que o Brasil irá ingressar na Opep+ como observador, com o propósito de persuadir os países produtores de petróleo a se prepararem para a transição para fontes de energia mais sustentáveis. A Opep+ engloba os principais produtores de petróleo, incluindo aliados como a Rússia

Lula destacou que a participação do Brasil será semelhante à sua presença no G7, onde ele escuta as discussões, mas não tem poder de decisão. Para o presidente, é importante envolver os países produtores de petróleo na transição para combustíveis renováveis, especialmente o hidrogênio verde. Ele enfatizou a necessidade de utilizar os lucros obtidos com o petróleo para investir em alternativas sustentáveis, permitindo que regiões como a África e a América Latina possam desenvolver fontes de energia renovável.

"A Opep+ acho importante a gente participar, porque a gente precisa convercer os países que produzem petróleo que eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis, e se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram para fazer investimento para que os continentes como o africano e a América Latina possam produzir os combustíveis renováveis que eles precisam, sobretudo o hidrogênio verde. Porque se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer que vai acabar com os combustíveis fósseis", afirmou Lula neste sábado (2).

Antes do pronunciamento de Lula, o presidente-executivo da Petrobras, Jean Paul Prates, esclareceu que o Brasil atuará na Opep+ como um colaborador e observador, sem participar das cotas de produção. Ele afirmou que a Petrobras não aceitaria cotas para o Brasil, destacando a abertura da empresa no mercado e sua impossibilidade de ser submetida a limites de produção.

"Eles chamam outros países que não têm direito a voto, e não são impostas cotas a esses países. Jamais participaríamos de uma entidade que estabelecesse cota para o Brasil, ainda mais com o apoio da Petrobras, que é uma empresa aberta no mercado e não pode ter cota", afirmou o executivo.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou a cooperação do Brasil com a Opep+ a partir de janeiro de 2024, e uma equipe técnica do governo está analisando o convite recebido. O presidente da Petrobras destacou que o Brasil tomará uma decisão em junho do próximo ano, durante uma reunião em Viena, para se tornar oficialmente um membro observador na Opep+.

A resistência do Brasil em aderir às cotas da Opep+ é atribuída, em grande parte, aos interesses da Petrobras em aumentar a extração de petróleo no país para atender à demanda interna e às receitas provenientes das exportações de petróleo. O Brasil, como o maior produtor de petróleo na América do Sul, possui uma produção significativa, alcançando 4,66 milhões de barris de óleo equivalente por dia em setembro.

A Opep+ coordena as políticas de produção e exportação de petróleo entre os países membros para influenciar os preços no mercado global. As decisões sobre a quantidade de petróleo a ser produzida são determinadas por cotas, o que pode afetar os preços conforme a oferta e demanda globais variam. O Brasil, ao optar por participar como observador, busca evitar restrições à sua produção de petróleo imposta por cotas.



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