Lula negocia mais dinheiro para o centrão em meio a reforma ministerial

No início desta semana, o governo sob a liderança de Lula encaminhou modificações em dois projetos que já abordavam ajustes no Orçamento

Lula negocia mais dinheiro para o centrão em meio a reforma ministerial | Ricardo Stuckert/PR
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Durante as discussões sobre a reforma ministerial, o governo central tem estabelecido acordos com membros do Congresso visando alocar um montante significativo de recursos adicionais para o centrão. Esses acordos abrangem mais de R$ 2 bilhões e incluem tanto a destinação de emendas parlamentares já existentes para órgãos associados ao centrão, quanto a criação de novas quotas no orçamento dos ministérios para atender aos projetos e obras dos parlamentares. 

A Folha de S.Paulo mostrou na última semana que o presidente Lula (PT) aceitou um pedido de líderes da Câmara para desidratar em cerca de R$ 600 milhões o Ministério das Cidades, de Jader Filho (MDB), e turbinar órgãos comandados pelo centrão, como a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). Depois disso, a cúpula do Congresso continuou a pressionar por uma negociação mais ampla.

No início desta semana, o governo sob a liderança de Lula encaminhou modificações em dois projetos que já abordavam ajustes no Orçamento de 2023, resultando em um aumento significativo no montante destinado a órgãos associados ao centrão. Nos bastidores, membros do Congresso e colaboradores do presidente Lula reconhecem que o saldo dessas propostas orçamentárias é o resultado de um acordo político. 

O cerne da questão é o controle efetivo que o Congresso almeja sobre a liberação de emendas adicionais, especialmente aquelas destinadas a parlamentares de destaque e que possuem proximidade com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A versão mais recente da negociação indica que agora deverão sair R$ 802 milhões do ministério de Jader Filho. A pasta das Cidades virou alvo de críticas do centrão pela demora em autorizar os repasses a obras e projetos apadrinhados por deputados e senadores. Por outro lado, a Codevasf será inflada em mais de R$ 1 bilhão. A estatal é presidida por Marcelo Andrade Moreira Pinto, indicado pelo líder da União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), que é aliado de Lira.

Outro perdedor nas negociações é o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Wellington Dias (PT). O cargo dele foi pleiteado na reforma ministerial pelo PP de Lira. No acordo de emendas, a pasta poderá perder R$ 44 milhões. Isso ajudará a destinar R$ 80 milhões para o projeto Calha Norte, do Ministério da Defesa. Criado em 1985, o programa teve o objetivo inicial de proteger as fronteiras do Norte do país e integrar essa região, mas nos últimos anos também tem executado obras de infraestrutura.

(Com informações da Folhapress - Thiago Resende e Catia Seabra)



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES