Nos Estados Unidos, Bolsonaro fala de joias: 'não poderia desfazer-se'

Ex-presidente falou sobre o assunto após participar de conferência num hotel em Washington

Nos Estados Unidos, Bolsonaro fala de joias: 'não poderia desfazer-se' | Divulgação
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, na tarde deste sábado, sobre as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas no Aeroporto de Guarulhos que supostamente eram destinadas à então primeira-dama Michelle Bolsonaro. Na saída da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), realizada num hotel em Washington (EUA), ele afirmou que os itens iriam para o acervo da Presidência.

— Eu estava no Brasil quando esse presente foi acertado lá nos Emirados Árabes para o ministro das Minas e Energia. O assessor dele trouxe, em um avião de carreira, e ficou na Alfândega. Eu não fiquei sabendo. Dois, três dias depois a presidência notificou a alfândega de que era para ir para o acervo. Até aí tudo bem, nada demais. Poderia, no meu entender, a alfândega ter entregue. Iria para o acervo, e seria entregue à primeira-dama. O que diz a legislação? Ela poderia usar, não poderia desfazer-se daquilo — disse ele em reportagem exibida pelo SBT.

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O ex-mandatário afirmou que está sendo crucificado por um presente que nem ele nem a ex-primeira-dama receberam. Bolsonaro já tinha dado declaração similar horas antes do evento conservador, em Washington.

— A imprensa fala uma coisa absurda: eu teria que pagar 50%. Teria que pagar oito milhões. De onde eu ia arranjar oito milhões de reais? — questiona.

O que a Receita Federal comenta sobre o caso?

Em nota, a Receita Federal informou que a incorporação dos itens ao patrimônio oficial "exige pedido de autoridade competente, com justificativa da necessidade e adequação da medida". "Isso não aconteceu neste caso. Não cabe incorporação de bem por interesse pessoal de quem quer que seja, apenas em caso de efetivo interesse público", diz o texto.

Pela lei, quaisquer itens recebidos em cerimônias de trocas de presentes, audiências com autoridades estrangeiras, visitas ou viagens oficiais devem ser declarados de interesse público e passam a integrar o patrimônio cultural brasileiro.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que levará o caso sobre a suposta pressão indevida do governo Bolsonaro para liberar as joias para investigação da Polícia Federal. Neste sábado, a Receita Federal também acionou o Ministério Público Federal (MPF) para pedir a apuração do caso, colocando-se à disposição para colaborar.

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que “nem pediu, nem recebeu” o presente. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, por sua vez, disse na sexta-feira que “não estava sabendo” da existência das joias apreendidas. Em tom de ironia, a primeira-dama questionou: 'Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo?'



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