Reunião da CPMI de 8 de janeiro é cancelada após confusão e gritaria

Segundo o presidente da comissão, Arthur Maia, não houve acordo para votar requerimentos de quebra de sigilo de Bolsonaro e aliados

Reunião da CPMI de 8 de janeiro é cancelada após confusão e gritaria | Geraldo Magela/Agência Senado
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O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da CPMI dos Atos Golpistas, decidiu adiar a sessão do comitê agendada para esta terça-feira (22). O motivo do adiamento foi a "falta de consenso" entre os parlamentares em relação à votação de requerimentos que visam convocar indivíduos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como solicitar a quebra de sigilo. Além disso, há um pedido de apreensão dos passaportes do ex-presidente e de sua esposa, Michelle Bolsonaro. 

Antes da decisão de cancelamento, o líder da CPMI dos Atos Golpistas, deputado Arthur Maia, postergou o início dos trabalhos da comissão em duas ocasiões, sendo que o horário inicialmente agendado era 9h desta terça-feira (22). O deputado Maia relatou que durante uma reunião preliminar, as tensões entre os parlamentares se intensificaram consideravelmente, o que inviabilizou a possibilidade de alcançar qualquer tipo de acordo. 

A imprensa não teve acesso à reunião em questão, mas há relatos de que era possível ouvir muitos gritos dos parlamentares. “Hoje não tem mais [sessão], porque eu acreditei que seria possível fazer acordo, como foi feito outras vezes. […] Só que hoje não foi possível. E, não tendo acordo, não há como se votar nada”, acrescentou o presidente da CPI.

Agendado para a quinta-feira seguinte, em 24 de agosto, a comissão está programada para receber o depoimento de um militar que integrava a equipe de Mauro Cid. Este último era o ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e encontra-se envolvido no caso da suposta venda ilícita de joias sauditas. Alega-se que tais joias teriam sido ocultadas e desviadas do patrimônio nacional pelo presidente.  

Um dos pontos de divergência entre os parlamentares era a quebra dos sigilos telefônico, telemático e de inteligência financeira, além da convocação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).  Enquanto os membros da oposição buscavam proteger a parlamentar, solicitando a votação exclusiva de sua convocação, os integrantes da base governista da comissão tinham a intenção de submeter à votação - e consequentemente aprovar - as medidas de quebra de sigilo relacionadas a Zambelli. Tais ações se fundamentavam nas informações apresentadas pelo hacker Walter Delgatti Neto.

De acordo com declarações do hacker, Zambelli supostamente mediou reuniões entre ele e Bolsonaro, nas quais discutiram um plano para questionar a integridade do sistema eleitoral. Isso envolveria modificações que o hacker faria no código-fonte das urnas eletrônicas. Além disso, Zambelli teria fornecido a ele uma quantia de R$ 40 mil e uma proposta de emprego. A tarefa seria invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos. 

Além da autorização para a quebra dos sigilos de Carla Zambelli, Eliziane Gama (PSD-MA), a senadora encarregada do relatório da comissão, advogou pela aprovação de requerimentos similares dirigidos a outros indivíduos. Entre eles estão um dos advogados de Bolsonaro, Frederick Wassef, que teve quatro dispositivos celulares apreendidos para fins de investigação. Além disso, a proposta inclui o ex-ministro da Defesa durante o governo Bolsonaro, Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, e o general Mauro Lourena Cid. O filho deste último, Mauro Cid, um ex-ajudante de ordens, se encontra detido sob acusação de vender ilegalmente joias sauditas nos Estados Unidos, supostamente a pedido de Bolsonaro.



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