Francy Teixeira

Coluna do jornalista Francy Teixeira

TCU adota o seu ChatGPT e reacende polêmica sobre inteligência artificial

O ChatTCU será utilizado pelas equipes do tribunal como suporte para otimizar o tempo gasto na produção de textos, adaptações para linguagem simples, traduções e análises relacionadas às atividades de controle externo.

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Ontem, 20 de junho, o Tribunal de Contas da União (TCU) começou a utilizar internamente um modelo personalizado de inteligência artificial (IA) baseado em processamento de linguagem natural. O novo assistente virtual, chamado de ChatTCU, é baseado no ChatGPT desenvolvido pelo laboratório americano OpenAI.

O ChatTCU será utilizado pelas equipes do tribunal como suporte para otimizar o tempo gasto na produção de textos, adaptações para linguagem simples, traduções e análises relacionadas às atividades de controle externo.

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Uma das vantagens do ChatTCU é sua maior segurança, uma vez que ele é executado na nuvem da Microsoft e não em um ambiente público. As conversas também são protegidas por contrato, garantindo a confidencialidade das informações fornecidas pelos usuários. O secretário de Tecnologia da Informação e Evolução Digital do TCU, Rainério Rodrigues, destaca: "Ao usar uma ferramenta pública, há o risco de tráfego de dados sigilosos ou confidenciais sem a devida segurança. Nós mitigamos essa preocupação ao compartilhar conteúdo exclusivamente com o ChatTCU, nossa IA interna".

Rainério Rodrigues é o secretário de Tecnologia do TCU (Foto: Reprodução/Divulgação)

A criação do modelo do TCU foi resultado de debates intensos e da formação de um Grupo de Trabalho (GT) em fevereiro deste ano. Esse grupo é composto por representantes de diversas áreas do tribunal e tem realizado reuniões periódicas, inclusive com a Microsoft, além de promover workshops e debates com servidores, colaboradores, estagiários do TCU e outras instituições que também utilizam assistentes de redação baseados em IA.

Rodrigues afirma que o objetivo desse grupo é promover o uso seguro e adequado das ferramentas de IA no TCU, explorando todos os benefícios oferecidos por essas soluções de forma responsável. Ele destaca a importância da análise crítica por parte do usuário, mesmo que os textos produzidos pelo assistente de redação sejam coerentes, fluidos e forneçam informações relevantes. Segundo ele, é fundamental reconhecer que elementos intrinsecamente humanos, como compreensão contextual, empatia e criatividade, desempenham um papel crucial na produção de conteúdo de qualidade e fornecem insights e nuances que não podem ser totalmente replicados por máquinas.

O ChatTCU é uma ferramenta em constante evolução e receberá atualizações à medida que novas funcionalidades forem desenvolvidas. Futuramente, espera-se que ele possa realizar buscas na internet para obter conteúdo atualizado, responder a perguntas e resumir informações de documentos em PDF de forma rápida e eficiente.

Além dessas melhorias, no futuro o ChatTCU terá acesso completo à base de dados do TCU, permitindo fornecer informações precisas e relevantes sobre processos específicos do tribunal. Quando alcançar esse estágio, o ChatTCU terá uma função mais proativa em auxiliar os profissionais do tribunal em suas tarefas.

A novidade, obviamente, causa polêmica entre aqueles que acreditam num impacto negativo no mercado de trabalho, inclusive no âmbito do setor público, com a realização de menos concursos.



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