Lei Vini Jr prevê medidas drásticas em casos de racismo no Rio de Janeiro

O projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que visa combater o racismo nos estádios de futebol, agora aguarda a sanção do governador Cláudio Castro

Jogador tem sido alvo de atos racistas durante jogos do Real Madrid | AFP
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Nesta terça-feira (6), a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou um Projeto de Lei que tem como objetivo punir casos de racismo ocorridos nos estádios de futebol do Estado. A medida visa interromper e até encerrar jogos nos quais forem registrados insultos racistas, semelhantes aos que o jogador Vinícius Júnior sofreu durante uma partida do Campeonato Espanhol.

Além disso, os deputados fluminenses também aprovaram a concessão da Medalha Tiradentes, a principal honraria da casa legislativa, para Vini Jr. O projeto de lei, identificado como PL 1.112/23, engloba diversas medidas que compõem a chamada Política Estadual Vini Jr de Combate ao Racismo nos Estádios e Arenas Esportivas.

O projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que visa combater o racismo nos estádios de futebol, agora aguarda a sanção do governador Cláudio Castro (PL-RJ) dentro do prazo de 15 dias para entrar em vigor. Conforme estabelecido no texto, caso ocorra denúncia ou manifestação racista durante uma partida, o jogo poderá ser interrompido pelo tempo que for considerado necessário pelo organizador do evento ou pelo delegado da partida, desde que as atitudes racistas persistam.

O deputado Professor Josemar (Psol-RJ), autor do projeto, destacou a importância dessa conquista: "Nós somos a primeira casa legislativa do país a aprovar um projeto de combate ao racismo nos estádios, e isso é motivo de orgulho não apenas para o meu mandato, mas para toda a Alerj. Precisamos, de uma vez por todas, erradicar esse câncer da sociedade brasileira que é o racismo."

Se o ato racista for reiterado e praticado coletivamente, a partida poderá ser encerrada, mediante decisão da organização do evento ou do delegado da partida. A lei também prevê a realização de campanhas educativas nos intervalos dos jogos, preferencialmente por meio de telões e alto-falantes, além do desenvolvimento de políticas públicas para o atendimento das vítimas de racismo.

Leia Mais

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) também instituiu o dia 7 de abril como o Dia da Resposta Histórica Contra o Racismo no Futebol. Essa data remete ao ano de 1924, quando o Vasco da Gama teve sua inscrição recusada pela Associação Metropolitana de Esportes Athleticos, entidade responsável por organizar o campeonato do Rio naquela época. A justificativa para a recusa foi que 12 jogadores do Vasco, negros e operários, possuíam uma "profissão duvidosa" e não tinham as "condições sociais adequadas para o convívio esportivo". A entidade sugeriu que o clube excluísse esses atletas, mas o Vasco se recusou a fazê-lo e optou por não participar do torneio.

A escolha dessa data como Dia da Resposta Histórica Contra o Racismo no Futebol tem o objetivo de relembrar esse episódio marcante na luta contra o racismo no esporte e destacar a importância da igualdade e do respeito dentro das competições futebolísticas. Essa iniciativa da Alerj visa promover a conscientização sobre a necessidade de combater o racismo e valorizar a diversidade no futebol e na sociedade como um todo.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES