IPCA: inflação bate 10,06%, e registra a maior alta desde 2015

Gasolina, item de maior peso no IPCA, acumulou alta de 47,49% ano ano, e o etanol, 62,23%.

Avalie a matéria:
Posto de gasolina | Marcelo Camargo/Agência Brasil
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do Brasil – encerrou  o ano de  2021 em 10,06%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira, 11. É a maior taxa acumulada desde 2015.Em dezembro, o IPCA desacelerou para 0,73%, após ter registrado taxa de 0,95% em novembro.

Mesmo tendo desacelerado em dezembro, a inflação do país no acumulado no ano ficou bem cima do teto da meta para 2021, que era de 5,25%. Quando isso acontece, o Banco Central tem de escrever uma carta pública explicando as razões. Pelo sistema vigente, o IPCA poderia ficar entre 2,5% e 5,25% para a meta ser oficialmente cumprida.

Os analistas do mercado financeiro estimavam uma inflação de 9,99% em 2021, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

Vilões do ano

A inflação de dois dígitos em 2021 foi puxada principalmente pelo grupo "Transportes", que apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 pontos percentuais) no IPCA do ano. Na sequência vieram "Habitação" (13,05%), que contribuiu com 2,05 p.p., e "Alimentação e bebidas" (7,94%), com impacto de 1,68 p.p. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.

Combustível puxou inflação (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Variações

Outros destaques de alta no grupo foram automóveis novos (16,16%), usados (15,05%), passagens aéreas (17,59%) e transportes por aplicativo (33,75%).

Nas despesas com habitação, a maior pressão veio da energia elétrica (21,21%). Já o gás de botijão disparou 36,99%.

Nos alimentos, a variação de 7,94% foi menos intensa que a do ano anterior (14,09%), quando esta classe de despesas representou o maior impacto entre os grupos pesquisados. Entre as maiores altas no ano, destaque para café moído (50,24%) e açúcar refinado (47,87%).

O grupo dos vestuários, que tinha sido o único com queda no ano passado, fechou 2021 com a quarta maior variação (10,31%).

Setores com maior inflação

    Alimentação e bebidas: 7,94%

    Habitação: 13,05%

    Artigos de residência: 12,07%

    Vestuário: 10,31%

    Transportes: 21,03%

    Saúde e cuidados pessoais: 3,70%

    Despesas pessoais: 4,73%

    Educação: 2,81%

    Comunicação: 1,38%

Previsão de estouro da meta também em 2022

O BC já tinha admitido em setembro, que a meta de inflação não seria cumprida em 2021. Com o estouro da meta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá que escrever uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando os motivos de o objetivo não ter sido cumprido.

A última vez em que isso aconteceu foi em 2017, porém naquela ocasião, O BC teve de explicar por que a inflação terminou o ano abaixo do piso da meta, e não acima.

A previsão do mercado para a inflação em 2022 está em 5,03%. Com isso, a expectativa é de estouro do teto do sistema de metas pelo segundo ano seguido. A meta central para o IPCA deste ano é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.

Atualmente, a taxa Selic está em 9,25% ao ano, maior patamar em mais de quatro anos. E a perspectiva do mercado é que ela termine o ano em 11,75% ao ano.

Brasil tem a 3ª pior inflação do G20

No relatório publicado nesta terça-feira pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que entre os países do G20, o Brasil teve a terceira maior inflação no acumulado em 12 meses até novembro, atrás somente da Argentina (5102%) e da Turquia (21,3%).

Na média dos países do G20 (grupo que reúne os 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia), a inflação ficou em 5,9% no acumulado em 12 meses até novembro.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES