Mesmo com inflação em declínio, BC descartou impulsionar corte dos juros

O Copom decidiu, de forma unânime, manter o ritmo de cortes da Selic em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões

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Consenso no Banco Central | Raphael Ribeiro/BCB
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, de forma unânime, manter o ritmo de cortes dos juros em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões, conforme consta na ata divulgada nesta terça-feira (08). O Copom também considerou pouco provável a intensificação adicional do afrouxamento da taxa básica de juros (Selic).

Os membros do Comitê concordaram unanimemente que cortes de 0,50 ponto percentual são a expectativa para as próximas reuniões, visto que esse ritmo é apropriado para manter uma política monetária contracionista, necessária para impulsionar o processo de desinflação.

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O ciclo de cortes de juros foi iniciado na última quarta-feira (02), quando o Copom reduziu a taxa básica em 0,5 ponto percentual, diminuindo-a de 13,75% para 13,25% ao ano. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, teve o voto decisivo no placar de 5 a 4.

Durante a reunião, o colegiado da entidade monetária considerou que tanto uma redução de 0,25 ponto percentual como de 0,50 ponto percentual seriam compatíveis com o objetivo de convergência da inflação para a meta estipulada.

Impacto na inflação

No cenário de referência do Copom, as projeções de inflação para este ano caíram para 4,9%, enquanto para 2024 permaneceram em 3,4%. Para o ano de 2025, a estimativa é de 3%. Atualmente, os objetivos perseguidos pelo BC são alcançar uma inflação de 3,25% neste ano e de 3% a partir de 2024, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Durante a reunião, alguns membros do Copom defenderam uma redução mais moderada na taxa de juros, ponderando que a inflação apresentou um comportamento favorável desde junho. Por outro lado, outro grupo defendeu um corte mais parcimonioso, argumentando que não houve alterações relevantes no cenário que justificassem uma reavaliação da sinalização de "cautela" feita pelo próprio comitê.

Apesar das divergências, todos os membros do Copom concordaram que a evolução do cenário permitiu acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de cortes de juros. A decisão foi embasada pelo comportamento positivo das expectativas de inflação após a definição da meta de 3% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o anúncio da mudança para o sistema de alvo contínuo.

O Copom ressaltou que a redução das expectativas de inflação e das medidas de inflação implícita nos ativos de mercado reduz o custo da desinflação e tem impacto sobre os juros reais. O BC também mencionou a melhora nos índices de inflação cheia, embora alguns membros tenham ressaltado que os fundamentos subjacentes para a dinâmica da inflação de serviços ainda não permitem extrapolar com convicção o comportamento benigno recente.

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