Brasileiros da lista de repatriados desistem de deixar a Faixa de Gaza

Os brasileiros relatam que não terão dinheiro para se manterem no Brasil até o cessar do conflito

Brasileiros decidem por permanecer em Gaza | Mahmud HAMS / AFP
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Nesta terça-feira (17), a Embaixada do Brasil na Palestina confirmou que mais dois cidadãos brasileiros decidiram não deixar a Faixa de Gaza e optaram por permanecer no território palestino, recusando-se a se juntar ao grupo de repatriados que retornará ao Brasil. Desde o início dos conflitos entre Israel e o grupo extremista Hamas, outra família, composta por seis pessoas, também escolheu ficar em solo palestino e não cruzar a fronteira com o Egito.

A GloboNews entrevistou um desses grupos, composto por um casal e quatro filhos, com idades entre 11 e 18 anos. Apesar de terem cidadania brasileira, essa família palestina que se encontra em Rafah, no sul de Gaza, expressou receios financeiros em relação a vir para o Brasil. Mohammad Farahat, o pai e o único membro sem cidadania brasileira, explicou que a decisão foi tomada devido ao fato de que o apoio financeiro do Brasil cobre apenas o transporte até o país. Caso sejam repatriados, eles terão que arcar sozinhos com os demais custos, o que é motivo de preocupação para a família.

"Não há ajuda financeira. Eu perguntei ao embaixador [Alessandro Candeas, representante do Brasil na Palestina] para tentar ajudar a cobrir o custo do período de hospedagem no Brasil, assim como o custo de retornar à Gaza, porque, você sabe, Gaza, assim como a Palestina, é nossa casa. E assim que a situação normalizar, precisamos voltar para casa", relatou Farahat.

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O embaixador informou que a representação diplomática está analisando opções de acolhimento em São Paulo e trabalhando ativamente nessa questão. Mohammad Farahat afirmou que, se receberem uma resposta positiva, estão considerando mudar de decisão e unir-se ao grupo que viajará para o Brasil.

Enquanto isso, a família está na casa de parentes, fazendo o máximo para se proteger dos contínuos bombardeios que não param. "Aqui, as pessoas priorizaram a segurança, a proteção de suas casas. Então, todos estão pensando em como garantir a segurança; só depois poderão procurar por comida, água, etc.", completou.

Atualmente, 26 pessoas estão na lista de repatriação: 17 brasileiros, sete palestinos com Carteira de Registro Nacional Migratório (RNM) e dois palestinos que estão hospedados em casas nas cidades de Khan Younes e Rafah. A maioria do grupo é composta por crianças e mulheres. Eles aguardam a liberação da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, para serem conduzidos até um aeroporto e retornarem ao Brasil.



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