Ministério garante estabilidade no afundamento em Maceió, mas alerta permanece

A instabilidade no solo foi agravada por décadas de mineração realizada pela Braskem, resultando na evacuação de mais de 14 mil imóveis.

Lago invade área que começou a ceder com o afundamento do bairro de Mutange, em Maceió | Reprodução/TV Gazeta
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O Ministério de Minas e Energia assegurou neste domingo (3) que o afundamento do bairro de Mutange, em Maceió, atingiu um estado estabilizado e, caso ocorra algum desabamento, será "localizado". A informação consta no relatório divulgado pela pasta neste domingo (3). "Observa-se estabilização da situação, com redução do ritmo de subsidência do terreno e redução da probabilidade de deslocamentos de terra de larga escala", diz o relatório. 

Uma sala de situação foi estabelecida pelo ministério para monitorar o risco de desabamento na capital de Alagoas, causado pela exploração de sal-gema pela Braskem. O grupo se reúne novamente neste domingo para avaliar a situação. Até o momento, de acordo com a Defesa Civil de Maceió, o afundamento progressivo, monitorado desde 28 de novembro devido ao risco de colapso, atingiu uma profundidade de 1,69 metro.

Em uma reunião no sábado (2), especialistas do Serviço Geológico do Brasil (SGB) afirmaram que o desmoronamento pode ocorrer "de forma localizada e não generalizada", com baixo risco de contaminação da lagoa Mundaú.

O ministério informou que, nas últimas 24 horas, a velocidade de deslocamento do solo diminuiu, com 50 centímetros na quarta-feira (29) e outros 50 centímetros na quinta-feira (30), em comparação com 15 centímetros no sábado (2).

O relatório da sala de situação destaca que "uma avaliação para a área demonstra que o sistema geológico está entrando em equilíbrio", diz o relatório da sala de situação". No entanto, o documento enfatiza a necessidade contínua de "monitoramento ostensivo da área como um todo".

A instabilidade no solo foi agravada por décadas de mineração realizada pela Braskem, resultando na evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros e afetando cerca de 60 mil pessoas.

Somente um ano após o primeiro tremor de terra em 2018, que causou rachaduras em ruas e edifícios, a empresa encerrou a extração de sal-gema, um minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC.

A região abriga outras 34 minas sob responsabilidade da Braskem. Na área da mina 18, onde há risco de colapso, o solo cede a uma taxa de 0,7 cm/h. Nas últimas 24 horas, o deslocamento de terra foi de 10,8 cm, desde a manhã de sábado (2) até a manhã deste domingo.

Imagens aéreas feitas pela Defesa Civil de Alagoas para monitorar a mina, localizada no bairro de Mutange, na região do antigo campo do CSA, indicam que a área seca está progressivamente sendo ocupada pela água da Lagoa Mundaú. A Defesa Civil da capital alagoana permanece em alerta máximo e alerta para a possibilidade de colapso "a qualquer momento".



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