Indígenas do povo Guarani, pertencentes à Terra Indígena Jaraguá, localizada em São Paulo, estão bloqueando, na manhã desta terça-feira (30), a Rodovia dos Bandeirantes no sentido São Paulo. O motivo do bloqueio é a manifestação contra a votação do Projeto de Lei 490/2007, que busca estabelecer um marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
A concessionária Autoban informou que a rodovia está interditada no quilômetro 20 devido à manifestação. Como alternativa, os motoristas podem utilizar a Rodovia Anhanguera. No momento, já se formaram filas de carros com aproximadamente cinco quilômetros de extensão na estrada.
Na segunda-feira (29), os guaranis da região de São Paulo realizaram manifestações no Largo São Francisco, localizado no centro da cidade, além de uma vigília significativa na Terra Indígena Jaraguá, que teve início no final da tarde. De acordo com eles, novos atos estão sendo planejados em todo o país com o objetivo de impedir a aprovação dessa lei. No dia 24 deste mês, a urgência para a votação do Projeto de Lei 490 foi aprovada, o que acelerou o processo de tramitação do projeto. Caso seja aprovado pela Câmara, o texto seguirá para o Senado.
O plenário da Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira (30) o projeto de lei do marco temporal de demarcação de terras indígenas (PL 490/2007). Para lideranças indígenas, o projeto representa “grande ameaça” à sua vida e por isso eles se dizem dispostos a lutar e resistir contra a aprovação.
“Não sei dizer se vamos conseguir impedir essa votação. Mas o que posso afirmar é que nós estamos cansados de sofrer essa violência. Estamos cansados de ser ameaçados e de ter nossa vida sob todo esse impacto que o não indígena nos traz”, disse Thiago Karai Djekupe, uma das lideranças da terra indígena Jaraguá, em São Paulo, em entrevista na segunda-feira (29).
O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos na América do Sul manifestou preocupação com projetos do Congresso Nacional que podem afetar as causas indígenas. Cobrou as autoridades brasileiras sobre “medidas urgentes em prol dessas populações, conforme as normas internacionais de direitos humanos”.
(Com informações da Agência Brasil)
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