Recurso do MP é recusado: ex-marido de vítima de estupro permanece absolvido

Recurso do Ministério Público contra a absolvição do empresário Ricardo Penna Guerreiro foi negado na Justiça de São Paulo.

Caso de Juliana Rizzo repercutiu nacionalmente após ela denunciar estupro cometido pelo próprio marido | Arquivo pessoal
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A Justiça de São Paulo negou o recurso do Ministério Público (MP) contra a absolvição do empresário Ricardo Penna Guerreiro, acusado de ter estuprado a ex-mulher, Juliana Rizzo, que estaria desacordada sob efeitos de remédios antidepressivos e calmantes.

Após ter sido absolvido por uma decisão do juiz Vinicius de Toledo Piza Peluso, da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, por falta de provas, em julho deste ano, a acusação, por meio do MP, entrou com recurso de apelação, que foi negado por unanimidade pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em julgamento no último dia 22 de novembro.

"Retrata a dificuldade das mulheres em provar a existência de violência doméstica. São inúmeros vídeos, áudios e fotos. Temo pela minha vida e de meu filho", disse Juliana, em entrevista ao g1 nesta sexta-feira (1).

O assistente de acusação Fabrício Posocco revelou à reportagem que aguarda o posicionamento do MP sobre o caso para decidir os próximos passos do processo.  Procurado pelo g1, o MP-SP não se manifestou até a publicação desta reportagem.

"As imagens são claras demonstrando que não existe uma relação sexual consensual. Todavia, para o TJ-SP, somente as imagens e a palavra da vítima não foram consideradas provas suficientes para caracterização do estupro, mesmo com todo o brilhante trabalho desenvolvido pelo MP", enfatizou Posocco.

De acordo com o advogado, o caso será reavaliado por todos "para a possibilidade de um novo recurso para instância superior", como o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em nota, o TJ-SP informou que processos envolvendo crime de estupro tramitam em segredo de justiça e as informações nos autos são de acesso restrito às partes e seus advogados. 

Entenda o caso

Em janeiro, o empresário Ricardo Penna Guerreiro foi preso sob a acusação de estupro de vulnerável contra sua ex-companheira, Juliana Rizzo, em Praia Grande, São Paulo. O caso ganhou destaque nacional quando a vítima divulgou imagens do suposto crime nas redes sociais, afirmando que estava dopada por medicamentos e havia sido estuprada.

Contudo, em julho, o juiz Vinicius de Toledo Piza Peluso, da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, absolveu Ricardo por falta de provas. A decisão foi contestada pelo Ministério Público (MP), que entrou com um recurso de apelação. Em 22 de novembro, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou, por unanimidade, o recurso do MP, mantendo a absolvição do empresário.

A defesa de Ricardo argumentou com base no depoimento da médica psiquiatra do casal, que afirmou que os medicamentos prescritos para Juliana não alterariam o nível de consciência. Alegou-se também a falta de provas de que a vítima não poderia oferecer resistência ou que a relação sexual foi forçada. O horário das imagens foi citado como outro ponto a favor da absolvição, já que a vítima alegava tomar os remédios à noite, mas as imagens foram gravadas pela manhã.

Apesar da absolvição no caso de estupro de vulnerável, Ricardo permanece preso por conta de outra condenação. Ele foi sentenciado a mais de 37 anos por tentativa de homicídio em 2000. Estava em liberdade devido a um habeas corpus, mas teve a prisão preventiva decretada novamente por não cumprir as medidas cautelares enquanto esteve preso acusado de estupro.

O advogado de Ricardo, Eugênio Malavasi, está tomando as medidas legais para buscar a liberdade do cliente, enquanto o assistente de acusação aguarda o posicionamento do MP sobre o caso para decidir os próximos passos do processo. 



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES