Google é acusado pelo MP do Rio de atrapalhar investigações sobre Marielle

No Supremo Tribunal Federal, investigadores travam batalha com plataforma para acessarem dados

Caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes segue sem solução | Reprodução - Foto: Divulgação/Câmara do Rio
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O Ministério Público do Rio de Janeiro, em uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusou a plataforma de pesquisa Google de possivelmente atrapalhar as investigações sobre o caso da morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ao se recusarem a compartilhar dados considerados necessários para a investigação.

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Em 33 laudas, o MP apontou que a empresa está impondo “dificuldades” à investigação do suposto acusado do duplo homicídio e afirmou ainda, três vezes, que o Brasil pode virar um “paraíso do crime”, caso o STF não obrigue a empresa a ceder os dados de pesquisas relacionadas à Marielle e sua agenda que antecede o dia de seu assassinato, ocorrido no dia 14 de março de 2018.

A batalha judicial que corre na Justiça desde o ano do crime, em 2018, e está há dois anos no Supremo, foi apontada por investigadores como um obstáculo para que o caso fosse resolvido mais rápido.

A plataforma entrou com ação no STF no ano de 2021, contra o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que exigiu que a empresa quebrasse o sigilo de um grupo indeterminado de pessoas que pesquisaram coisas como “Marielle Franco”; “vereadora Marielle”; “agenda vereadora Marielle”; Casa das Pretas”; ou “Rua dos Inválidos” na barra de pesquisas do site, entre 10/03 a 14/03/2018.

Barra de pesquisa da ferramenta "Google". Foto: Reprodução/Internet

“As dificuldades impostas pelo Google representam a perda de uma chance de que a investigação pudesse ter um curso célere, trata-se de uma oportunidade perdida!”, exclama o MP durante manifestação.

Segundo as investigações do órgão sobre o caso de Marielle Franco, o carro onde estavam os assassinos da vereadora, perseguiu-a quatro vezes no mês que antecede seu crime, em fevereiro de 2018. Essas informações apontam que a vítima estava sendo e monitorada e que por isso houve o chamado “pré-crime”, seguindo essa linha de raciocínio é que o Ministério Público quer ter acesso aos metadados daqueles que possam ter feitos buscas relacionadas ao ocorrido.

A plataforma de busca Google, afirma em seu depoimento de resposta que já atendeu mais de noventa pedidos de informações dos cinco grupos investigadores que passaram pelo caso Marielle Franco. A empresa afirma também que se o STF determinar que deva ser feito a entrega dos metadados, não haverá mais privacidade garantida para quem usar o buscador.

“Acreditamos que tal pedido apresenta grave risco de violação à privacidade e à proteção de dados pessoais e, portanto, está em desacordo com a população brasileira”, afirmou a plataforma durante seu comunicado.



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