Menos da metade das ações da Operação Escudo possuem imagens de câmeras corporais

Segundo dados da SSP, dos 16 policiais que participaram dos confrontos com mortes, apenas dez pertenciam a batalhões que possuem esse tipo de câmera.

Operação no Guarujá, em São Paulo, após morte de PM da ROTA | Carlos Abelha
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De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Segurança Púbilca de São Paulo (SSP), menos da metade das ações policiais que resultaram nas mortes de 16 pessoas contabilizadas oficialmente na Operação Escudo, no Guarujá e em Santos, no litoral paulista, tem imagens de câmeras corporais disponíveis.

Segundo dados da SSP, dos 16 policiais que participaram dos confrontos com mortes, apenas dez pertenciam a batalhões que possuem esse tipo de câmera, embora a Polícia Militar paulista tenha adquirido mais de 10 mil equipamentos, cobrindo 52% das unidades policiais.

A SSP declarou ter entregue ao Ministério Público imagens captadas por sete equipamentos, mas não explicou o motivo pelo qual as imagens restantes ainda não foram enviadas para a investigação. A Promotoria confirmou o recebimento das imagens e aguarda o envio de outros dados solicitados à Polícia Militar, que tem contribuído com as investigações.

Relembre o caso

As mortes ocorreram em supostos confrontos entre policiais militares e criminosos, no período entre 28 de julho e 2 de agosto, na Baixada Santista, após o assassinato do soldado da Rota, Patrick Bastos Reis, 30, atingido por um tiro na noite de 27 de julho na Vila Zilda, periferia de Guarujá. Patrick Bastos Reis foi atingido no tórax e não resistiu aos ferimentos, vindo a óbito no Pronto Atendimento da Rodoviária (PAM). O outro policial sofreu um ferimento na mão esquerda e foi levado para um hospital na região. Três homens foram presos e indiciados sob suspeita do homicídio. 

Além das apurações da Polícia Civil, um Inquérito Policial Militar foi aberto para analisar os fatos da Operação Escudo, que contou com a participação de policiais militares de diferentes batalhões e regiões do estado.

A morte do policial Patrick Bastos Reis gerou uma grande mobilização policial no litoral, despertando forte comoção entre os agentes. A operação, que contou com a participação de 600 agentes das equipes especializadas das polícias Civil e Militar da região litorânea de São Paulo, foi realizada com o objetivo de capturar o suspeito responsável pelo crime. O suspeito foi finalmente detido na Zona Sul de São Paulo.

Uma das 16 pessoas que morreram durante a operação foi enterrada como indigente, pois a Polícia Científica não conseguiu identificá-la. O sepultamento ocorreu com base em uma portaria da Polícia Civil de 1993, que autoriza o enterro de pessoas não identificadas após 72 horas da chegada ao IML. A Prefeitura de Guarujá confirmou que uma pessoa desconhecida foi enterrada no dia 3 de agosto no cemitério de Morrinhos.

A operação já é considerada a mais letal do estado de São Paulo desde os "crimes de maio" de 2006, quando as forças de segurança reagiram aos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) e mataram ao menos 108 pessoas, segundo a Defensoria Pública.

Com informações da Folhapress



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