Mototaxista sobrevive após vários disparos por criminosos em favela

O jovem realiza uma corrida no momento em que sem perceber adentrou em uma região considerada perigosa

O homem sofreu escoriações | Reprodução
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Cristian Hansen Mendonça, um mototaxista de aplicativo de 22 anos, sobreviveu após ter sido alvo de tiros disparados por criminosos da Cidade Alta, em Cordovil, na zona Norte do Rio de Janeiro, na última segunda-feira(10). Ao entrar sem perceber na área controlada por traficantes de drogas, o jovem e sua passageira foram abordados e levados para o interior da comunidade por um grupo de criminosos. No entanto, Cristian não consegue explicar como conseguiu escapar ileso dos tiros.

— Só pensava no meu filho, que vai fazer três anos no próximo sábado. Não poderia morrer e estragar a festinha dele. Só pensava em conseguir escapar dali de qualquer maneira — disse. 

Cristian, que começou a trabalhar como motorista de aplicativo em março, iniciou a corrida no bairro Irajá, onde buscou sua passageira, e estava a caminho da Penha Circular, em uma distância de cerca de 3,6 quilômetros, quando o GPS o orientou a entrar em um dos acessos à Cidade Alta, bairros na zona Norte da cidade. Enquanto passava por uma área conhecida por atividades ilícitas, o motociclista foi forçado a parar e descer da moto, juntamente com sua passageira.

— Eram cinco ou seis traficantes. Um deles estava armado. Quase todos mais novos do que eu. Perguntaram o que eu estava fazendo. Eu falei: sou da Uber. E eles mandaram eu encostar. Falaram que não podia passar por ali e que iriam investigar — disse Cristian. 

Ele entregou apenas o aparelho com o aplicativo utilizado para as corridas. Ao perceberem a ausência de um aplicativo de mensagens em seu celular, os traficantes questionaram o motociclista, forçando-o a retirar outro aparelho de sua bolsa, que continha agenda e mensagens. A atitude irritou os criminosos, que começaram a ficar desconfiados e ameaçaram Cristian. Ele temia que, ao acessarem as mensagens em seu celular, os traficantes descobrissem que ele é filho de uma policial militar.

— Quando eles viram as mensagens do meu pai no WhatsApp notaram que na foto aparece uma mulher fardada e vieram para cima de mim. No primeiro momento, eu fingi desconhecer a mulher.

No entanto, a tentativa de dissimulação não teve sucesso. Os criminosos forçaram Cristian e a passageira a subir as escadas de um prédio, situado acima de uma boca de fumo. Foi nesse momento que o motociclista aproveitou um descuido de um dos traficantes e, de repente, correu em alta velocidade.

— Eu comecei a analisar para onde eu poderia fugir porque se eu subisse com eles não teria outra chance. Aí eu pensei: se eu for, não vou ter como ter nenhum tipo de reação. A menina foi na frente e subiu (as escadas). Eu fui indo devagar dei uns dois, três passinhos e aí saí correndo, em zigue-zague, descreveu.

Durante sua fuga, um dos criminosos disparou três tiros na tentativa de detê-lo. Ao ouvir o primeiro tiro, Cristian tropeçou e caiu, machucando os joelhos e as mãos. Apesar do nervosismo e dos ferimentos, ele conseguiu se levantar e continuar correndo. No entanto, acabou sendo alcançado por dois bandidos em uma motocicleta.

De acordo com o relato do motociclista, um dos traficantes apontou a pistola em sua direção, mas, em uma tentativa desesperada de escapar, Cristian deu um tapa na mão dos criminosos, fazendo com que um deles disparasse dois tiros. Por sorte, nenhum dos disparos o atingiu, e ele conseguiu correr até a Estrada Porto Velho, onde pediu ajuda a pessoas que estavam em um ponto de ônibus.

Uma viatura do Regimento de Polícia Montada da Polícia Militar, que estava nas proximidades da comunidade, prestou auxílio à vítima. O caso foi registrado na 22ª DP (Penha). Em comunicado, a Polícia Civil informou que estão sendo realizadas diligências para apurar os fatos, mas não mencionou se a passageira foi identificada e localizada.

O jovem, que mora com os pais, espera poder voltar a trabalhar em breve. Ele relatou que a seguradora da motocicleta já foi acionada, mas o veículo ainda não foi recuperado.

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