Decisão de Moraes de proibir conversa entre Bolsonaro e Valdemar deixa PL 'acéfalo'

Caciques são as principais cabeças no comando da estratégia do partido com o maior cofre para as eleições de 2024

Decisão de Moraes de proibir conversa entre Bolsonaro e Valdemar deixa PL 'acéfalo' | Reprodução
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Membros do PL expressam insatisfação, alegando que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixou o partido em uma situação de liderança vaga ao proibir o contato entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, e o general Walter Braga Netto, que também ocupa um cargo significativo no partido. 

Os três indivíduos estão sendo investigados pela Polícia Federal devido ao seu envolvimento em uma alegada tentativa golpista, sendo também identificados como defensores dos questionamentos ao sistema eleitoral após as eleições presidenciais. Na decisão referente às investigações, Moraes determinou que os alvos não mantenham contato entre si. Além disso, Valdemar foi detido em flagrante na quinta-feira por posse ilegal de arma de fogo e usurpação de bem público, após os investigadores encontrarem uma pepita de ouro de origem suspeita.

A oito meses das eleições municipais, é neste período do ano que partidos negociam alianças, desenham chapas com candidatos a vereador e resolvem nós sobre as alianças políticas locais. Essas decisões, no PL, passam pelo crivo do grupo.

Para os correlegionários, o diálogo entre os investigados pela Polícia Federal é crucial para que o PL possa avançar nos seus planos para fazer o partido crescer em número de prefeituras. Desde o meio do ano passado, Bolsonaro, Valdemar e Braga Netto fazem reuniões semanais com outros eventuais participantes, como presidentes de diretórios estaduais da sigla, advogados e demais correligionários para definir as estratégias. O grupo trabalhava para lançar 3 mil candidatos às prefeituras do país, com metas como conseguir pelo menos 150 prefeituras em São Paulo.

No início do mês que vem, eles deveriam ir à Bahia, juntamente com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, para definir candidaturas locais. Uma pendência no estado, por exemplo, é a disputa em Feira de Santana, onde há dois nomes da direita –Capitão Alden (PL) e Zé Ronaldo (União)— interessados em concorrer. A expectativa é que Bolsonaro fosse um interlocutor no diálogo para definir a estratégia na cidade baiana. A viagem agora é incerta.

PL terá o maior cofre de dinheiro público

O PL terá esse ano o maior cofre de dinheiro público para turbinar suas candidaturas, com cerca de R$ 880 milhões, valor 500% maior do que os R$ 146,5 milhões de quatro anos atrás, quando elegeu 345 prefeitos, nenhum deles nas capitais.

A intenção neste ano é triplicar o número de prefeituras e ultrapassar a barreira de mil cidades. O investimento busca também minimizar a presença nas chapas de nomes com um passado de alinhamento à esquerda. O partido integrou a base nos primeiros mandatos de Lula e em parte da gestão de Dilma Rousseff, mas, quase uma década depois, apostará na polarização para alavancar o próprio espaço.



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