Em Portugal, Lula condena invasão russa na Ucrânia e defende democracia

Em Sessão Solene no parlamento português, presidente também ressalta importância do acordo entre União Europeia e Mercosul e a ênfase na redução de desigualdades em todas as suas dimensões

Presidente Lula encerrou viagem a Portugal, defendendo a democracia | Ricardo Stuckert - PR
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Nesta terça-feira (25), o parlamento português, Assembleia da República, recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que encerrou sua viagem a Portugal com uma Sessão Solene de Boas-Vindas. Em seu discurso, Lula expressou gratidão pela hospitalidade recebida e prestou homenagem à data que simboliza o fim da ditadura em Portugal. 

O presidente resumiu diversas mensagens significativas de sua primeira visita à Europa em seu terceiro mandato, e foi aplaudido entusiasticamente pela plateia.

Durante seu discurso aos parlamentares, o presidente enfatizou a retomada da diplomacia brasileira e a longa união entre Brasil e Portugal. Ele condenou veementemente a invasão territorial da Ucrânia pela Rússia e destacou a importância da defesa da democracia e do combate às notícias falsas. 

O presidente ainda ressaltou a necessidade de focar na transição energética e nas mudanças climáticas, enquanto cobrou reformas no Conselho de Segurança da ONU. Por fim, ele reiterou o compromisso de seu governo na redução das desigualdades em todas as suas formas.

"Tenho viajado pelo mundo para fortalecer nossas parcerias e tenho reafirmado que o Brasil que sempre conhecemos está de volta à arena internacional. Somos um país que não tolera a fome de seu povo e que está ciente de sua responsabilidade global na segurança alimentar, dada a diversidade e a magnitude de nossos recursos naturais", declarou o presidente.

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Lula discursou diante da presença ilustre do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, do primeiro-ministro português, António Costa, e do presidente da Assembleia da República Portuguesa, Augusto Santos Silva, que também fez uma fala elogiando a parceria com o líder brasileiro.

“Com você, Brasília volta a abrir-se para o mundo. Vemos em você um líder cujas políticas sociais foram fundamentais para a redução da pobreza e das desigualdades no Brasil. Vemos também um estadista que se apresentou e venceu eleições livres e que, posteriormente, quando alguns tentaram invadir e derrubar as instituições democráticas, soube defendê-las sem hesitação", declarou Santos Silva.

Desde que assumiu a presidência, Lula tem se dedicado a motivar diversos países a encontrar uma solução para acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Durante sua participação na Assembleia da República, o líder brasileiro criticou a invasão à Ucrânia e enfatizou a necessidade de uma coordenação internacional para alcançar a paz.

“Aqueles que acreditam em soluções militares para os problemas atuais estão lutando contra os ventos da história. Nenhuma solução para qualquer conflito, seja ele nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política. O Brasil entende a apreensão causada pelo retorno da guerra à Europa. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia e acreditamos em uma ordem internacional baseada no respeito ao direito internacional e na preservação da soberania nacional”, afirmou Lula, sendo bastante ovacionado.

Ao ressaltar a relevância do multilateralismo, Lula enfatizou a necessidade de reformular o Conselho de Segurança da ONU, a fim de adequá-lo às mudanças dos tempos atuais. O presidente brasileiro afirmou que, assim como os portugueses, os brasileiros têm um compromisso absoluto com o multilateralismo. Esse compromisso exige o reconhecimento de que as ferramentas da governança global têm se mostrado inadequadas para lidar com os desafios atuais. 

Lula também observou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas está praticamente paralisado, devido à sua composição que foi estabelecida há 78 anos, ao fim da Segunda Guerra Mundial, e que não representa a correlação de forças do mundo contemporâneo.



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