O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que serviu no governo de Jair Bolsonaro, deverá prestar depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (8), como parte de um inquérito que investiga a suposta atuação irregular da Polícia Rodoviária Federal nas eleições de 2022.
Torres se encontra detido desde janeiro no Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF, sob suspeita de negligenciar sua responsabilidade durante os atos de vandalismo de 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes foram invadidas. Na época, ele atuava como secretário de Segurança do Distrito Federal. Anteriormente, o depoimento de Torres estava marcado para o dia 24 de abril, mas foi adiado para hoje devido a uma alegada deterioração do estado de saúde do ex-ministro, conforme informado por sua defesa.
Ao determinar a nova data, o relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, argumentou que Torres foi "devidamente avaliado por profissional médico, que atestou que as medicações do preso foram ajustadas", e que ele "tem tido acompanhamento médico frequente".
Moraes também assegurou ao ex-ministro "o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo". Os advogados ainda tentam reverter a prisão preventiva de Torres. Em recurso, a defesa alega que já não estão presentes as justificativas previstas em lei para manter a decisão.
Anderson Torres deve prestar esclarecimentos sobre a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições do segundo turno do ano passado, especialmente no Nordeste, onde há suspeitas de que a corporação tenha dificultado o acesso dos eleitores às urnas. De acordo com um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU), durante os dias 28 a 30 de outubro de 2022, a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde o candidato Lula (PT) era o favorito, enquanto apenas 571 ônibus foram fiscalizados no Sudeste. Acesse mais notícias no Meio Norte.com
(Com informações do Portal g1)
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