Lula cogita expulsar embaixador de Israel do Brasil devido a atitudes do Estado

A possibilidade foi discutida diplomaticamente com Zonshine durante uma reunião entre ele e o chanceler Mauro Vieira na segunda-feira

Mauro Vieira e Lula | Cristiano Mariz/O Globo
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Em meio à crescente tensão entre Brasil e Israel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus principais assessores consideram a possibilidade de expulsar o embaixador Daniel Zonshine, representante do governo de Benjamin Netanyahu no Brasil. Embora considerada "drástica e indesejável" pelo Itamaraty, a medida foi discutida em uma reunião na última segunda-feira (19), no Palácio da Alvorada, entre Lula e o assessor especial Celso Amorim.

Segundo fontes do Itamaraty, a expulsão foi apresentada como uma opção em caso de recrudescimento das agressões na crise com Israel. A possibilidade foi discutida diplomaticamente com Zonshine durante uma reunião entre ele e o chanceler Mauro Vieira na segunda-feira.

Na reunião, Vieira destacou a posição brasileira contra uma escalada da crise, reagindo aos movimentos do governo israelense, que declarou Lula persona non grata em Israel e constrangeu o embaixador brasileiro, Frederico Meyer. O chanceler afirmou que tais atitudes eram "inaceitáveis" e representavam um limite no protocolo diplomático.

A crise se intensificou com a postagem do ministro de Relações Exteriores Israel Katz nas redes sociais, cobrando um pedido de desculpas de Lula e acusando-o de comparar Israel a Hitler. O governo brasileiro, através do ministro Pimenta, respondeu, acusando Katz de disseminar "conteúdo falso" e reafirmando o apoio à solução de dois Estados.

Diante das acusações mútuas, o chanceler Mauro Vieira classificou as declarações da chancelaria israelense como "inaceitáveis na forma" e "mentirosas no conteúdo", reiterando que a amizade entre Brasil e Israel sobreviverá aos ataques. A resposta do Brasil, por meio das redes sociais, destacou a firmeza em face de qualquer ataque recebido.

Relações comerciais como prioridade

Entretanto, a possível expulsão do embaixador Zonshine não é uma decisão trivial, considerando as relações comerciais relevantes entre as duas nações. Além disso, a presença de um refém brasileiro na Faixa de Gaza complica ainda mais a situação, pois Israel pode usar isso como instrumento de pressão.

As próximas ações do Brasil dependerão das decisões de Israel, e fontes do Itamaraty afirmam que as movimentações de Lula estão sendo avaliadas constantemente. A crise teve início quando Lula comparou a atuação de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, desencadeando uma série de reações, incluindo a declaração de persona non grata e constrangimentos aos embaixadores.

Apesar da tensão, membros do governo afirmam que Lula não deve pedir desculpas, colocando a responsabilidade em Israel. Os Estados Unidos também se manifestaram, discordando da comparação de Lula com o Holocausto, em um momento em que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, está a caminho de Brasília para uma reunião programada antes das declarações sobre Israel.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com

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