Mensagens apontam que Mauro Cid temia ser preso e buscava refúgio no Exército

As informações fazem parte de um acordo de delação premiada, homologado em setembro do ano passado pelo ministro Alexandre de Moraes

Mauro Cid - ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro | Vinícius Schmidt
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revelam suas preocupações em relação à possibilidade de ser preso após deixar o governo. As informações fazem parte de um acordo de delação premiada, homologado em setembro do ano passado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme o relatório da investigação, datado de 2 de janeiro de 2023, Cid compartilhou com o general Estevam Theophilo, então comandante de Operações Terrestres (Coter) do Exército, o link de uma reportagem que abordava a possível prisão de Bolsonaro, indicando que ele próprio poderia ser preso nas primeiras semanas do novo governo.

Theophilo, que integrava o Alto Comando da Força na época, respondeu garantindo a Cid que "nada lhe acontecerá", evidenciando uma possível tentativa de interferência nas investigações em andamento durante o novo governo.

Outra mensagem obtida pela Polícia Federal (PF) revela Cid comentando as ordens de prisões emitidas por Moraes a integrantes do governo do Distrito Federal, relacionadas aos eventos de 8 de janeiro, demonstrando alívio ao dizer: "Nessa guerra toda pelo menos eles me esquecem... Eu acho".

Prisão de Mauro Cid

Cid acabou sendo preso quatro meses depois, em 3 de maio de 2023, juntamente com outros cinco suspeitos envolvidos em um esquema de falsificação de cartões de vacina. A exoneração de Júlio Cesar de Arruda, recém-empossado como comandante do Exército, ocorreu menos de um mês após assumir o cargo, em 21 de janeiro do mesmo ano, devido ao desgaste causado pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

A demissão de Arruda também foi motivada pela recusa em revogar a nomeação de Cid no 1º Batalhão de Ações de Comandos, unidade de Operações Especiais em Goiânia. A razão oficial alegada pelo ministro da Defesa foi "quebra de confiança". A nomeação de Cid foi posteriormente anulada pelo atual comandante da Força, general Tomás Paiva.

A reportagem tentou entrar em contato com Estevam Theophilo, mas não obteve resposta até o momento. A defesa de Mauro Cid afirmou que ainda não teve acesso aos autos da última operação e, portanto, não pode emitir conclusões devido ao sigilo que envolve a investigação.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com

Leia Mais


Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES