PL mira deputada condenada por falas de ódio para formar 'chapa dos sonhos'

Chris Tonietto: parlamentar bolsonarista conhecida por suas posturas conservadoras e polêmicas

Carreira política controversa | Reprodução/Internet
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A deputada federal Chris Tonietto (PL-RJ) está sendo apontada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como a candidata ideal para o cargo de vice em uma eventual chapa encabeçada pelo general Walter Braga Netto na corrida pela Prefeitura do Rio no próximo ano.

No entanto, a carreira política de Tonietto é marcada pela defesa de bandeiras conservadoras, como a criminalização do aborto em casos legalizados atualmente, além de ataques à comunidade LGBTQIAP+. A parlamentar já foi condenada pela Justiça Federal do Rio a pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais coletivos devido à associação, feita em suas redes sociais, entre a comunidade LGBTQIAP+ e a pedofilia.

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A condenação foi resultado de um texto publicado por Tonietto no Facebook em 2020, no qual ela afirmava que a pedofilia é "defendida explicitamente por alguns expoentes do movimento LGBT". O Ministério Público Federal (MPF) considerou que as declarações da deputada configuram "discurso de ódio e menosprezo pelo ordenamento jurídico e pelas instituições democráticas". Tonietto recorreu da condenação e aguarda a análise do tribunal.

De olho no Senado

Em entrevista, Costa Neto destacou que a vice na possível candidatura de Braga Netto seria uma mulher, enfatizando que Chris Tonietto é "religiosa" e possui "prestígio" como ativos eleitorais, já que ela é católica. O presidente do PL afirmou que, juntos, Tonietto e Braga Netto seriam imbatíveis no Rio de Janeiro.

No entanto, mesmo sendo tratado pelo partido como nome certo na disputa, o general Braga Netto tem resistido a concorrer à prefeitura, pois seu foco estaria nas eleições de 2026, quando planeja concorrer ao Senado por Minas Gerais, segundo informações de aliados.

Chris Tonietto recebeu pouco mais de 50 mil votos nas eleições do ano passado, sendo que 23,6 mil foram na capital fluminense. Atualmente em licença maternidade, a deputada não se manifestou sobre a possibilidade de concorrer ao cargo de vice.

A maioria dos projetos de lei apresentados por Tonietto na Câmara dos Deputados aborda temas relacionados à agenda de costumes, como a tentativa de restringir o aborto legal, além de se opor a projetos que visam garantir igualdade salarial entre homens e mulheres. Um levantamento da Revista AzMina apontou Chris Tonietto como a parlamentar com o maior número de projetos desfavoráveis às mulheres na Câmara.

Conteúdo antivacina

Durante a pandemia, a deputada produziu e divulgou um modelo de pedido de habeas corpus contra o "passaporte da vacina", medida implementada pela prefeitura do Rio. Ela também compartilhou conteúdos antivacina em seu canal no YouTube, os quais foram apagados por ela própria antes de assumir seu segundo mandato. Além disso, Tonietto foi uma das autoras de um projeto de decreto legislativo que buscava anular a autorização da Anvisa para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19.

Nas redes sociais, a deputada segue o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dispara críticas às urnas eletrônicas. Em uma postagem de 2021, ela afirmou que a maioria da população está insatisfeita com o processo eleitoral e tem dúvidas sobre a apuração dos votos, reproduzindo um vídeo do ex-presidente com desinformação sobre o assunto. Vale lembrar que Bolsonaro foi considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a suas declarações sobre as urnas eletrônicas.

Ataque à liberdade de expressão

Chris Tonietto foi eleita após atuar no Centro Dom Bosco, uma associação de leigos católicos, ela é ultraconservadora conhecida por mover ações para censurar especiais de Natal da produtora Porta dos Fundos. Em 2018, ela foi advogada do grupo em um dos casos que tramitaram na Justiça do Rio, sem sucesso.

No mesmo ano, um vídeo no qual a parlamentar questionava o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a possibilidade de a Corte legalizar o aborto, mesmo com a maioria da população sendo contra, já havia circulado entre grupos conservadores.

Saiba mais em: Meionorte.com



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