PL mira crescimento nas eleições municipais de 2024, mesmo sem Bolsonaro

A inelegibilidade de Jair Bolsonaro pelo TSE, definida nessa sexta-feira (30), não afetou os planos do Partido Liberal (PL)

Jair Bolsonaro está inelegível até 2030 | Isac Nóbrega/PR
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A inelegibilidade de Jair Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), definida nessa sexta-feira (30), não afetou os planos do Partido Liberal (PL) para as eleições de 2024. Sob a presidência de Valdemar Costa Neto, a legenda continua com a meta de conquistar mais de mil prefeituras, após eleger 345 prefeitos em 2020. Lideranças do PL afirmaram que Bolsonaro se tornará o "maior cabo eleitoral" do partido, contando com sua influência nas campanhas futuras.

Ao Metrópoles, lideranças do PL já haviam afirmado que, caso a inelegibilidade se concretizasse, Bolsonaro se tornaria o “maior cabo eleitoral” do partido. Com a confirmação, o PL agora planeja uma estratégia concentrada nos estados considerados estratégicos, como Rio de Janeiro, São Paulo e as unidades federativas do Nordeste. 

Após a decisão do TSE, Valdemar Costa Neto comentou nas redes sociais que está incrédulo com a inegilibidade, contudo refletiu sobre o papel do ex-presidente para as próximas eleições. 

"Não tem como acreditar no que está acontecendo: a primeira vez na história da humanidade que um ex-presidente perde os direitos políticos por falar. Vamos trabalhar dobrado e mostrar nossa lealdade ao Presidente Bolsonaro. Podem acreditar que a injustiça de hoje será capaz de revelar o eleitor mais forte da nação. E o resultado disso será registrado nas eleições de 2024 e 2026. Mais do que nunca, o Brasil precisa de força. É hora de superação. Bolsonaro é o maior líder popular desde a redemocratização e vai continuar sendo", disse Costa Neto logo após o resultado.

No Rio de Janeiro, inicialmente, havia a possibilidade de o senador Flávio Bolsonaro concorrer à prefeitura, mas ele decidiu permanecer no Congresso Nacional após discussões com seu pai. Agora, espera-se que Bolsonaro escolha entre Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde e deputado federal. Em São Paulo, Ricardo Salles, deputado federal cotado anteriormente, desistiu do pleito, e nomes como Ricardo Nunes, atual prefeito, e Marcos Pontes, senador astronauta, estão sendo considerados.

No Nordeste, o partido aposta na candidatura de Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, que se filiou ao PL recentemente e concorrerá à prefeitura de João Pessoa. O objetivo do PL é duplicar o número de prefeitos eleitos na última eleição, além de buscar o controle de pelo menos 2,5 mil das 5,5 mil cidades brasileiras. Queiroga acredita que a aliança conservadora e liberal sairá fortalecida, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, como evidenciado nas eleições de 2022.

Apesar da condenação de Bolsonaro pelo TSE, o PL está determinado a avançar com seus planos eleitorais. O tribunal o considerou inelegível até 2030, devido ao abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores em julho de 2022. A decisão impede Bolsonaro de concorrer nas eleições de 2024, 2026, 2028 e 2030. 

No entanto, Valdemar Costa Neto e outros membros do PL reafirmaram sua lealdade ao ex-presidente e acreditam que sua influência será um trunfo importante nas eleições futuras. O partido está confiante de que, com a força de Bolsonaro e sua ampla base de apoiadores, poderá atingir a meta de eleger mil prefeitos e fortalecer sua posição no cenário político nacional.

Em junho, o presidente do PL já havia mencionado sobre a meta ousada do partido. “Nós devemos eleger mil prefeitos nas eleições de 2024 com os nossos 99 deputados federais e os 129 deputados estaduais que temos. Agora, se juntarmos com a força de Bolsonaro, devemos eleger em média 1.500 prefeitos no Brasil. Vamos bater o recorde”, escreveu o político no Twitter, em 17 de junho. 

Cenário incerto

Apesar da expectativa positiva do Partido Liberal de Bolsonaro para que ele seja um forte cabo eleitoral, apoiando qualquer candidato, existem muitas variáveis a considerar. Nas eleições municipais do próximo ano, os fatores locais terão um peso maior do que a ideologia. Além disso, até 2026, o cenário político pode ser muito diferente, dependendo do desempenho do governo Lula.

Bolsonaro desejava desafiar novamente o PT, mas está fora do jogo e não possui um "herdeiro" natural para a campanha de 2026. Surgem nomes na direita, como os governadores Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Ratinho Junior, porém nenhum deles é considerado um bolsonarista fiel. Alguns mencionam Michelle Bolsonaro e a senadora Tereza Cristina como possíveis candidatas, mas todos aguardam o rearranjo de forças pós-Bolsonaro.

Se o presidente Lula estiver bem avaliado pela população e conseguir reunir o centro político, ele pode concorrer a um novo mandato ou transferir votos para um candidato indicado por ele. Até o momento, o favorito é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesse cenário incerto, uma certeza é que o Centrão, liderado por Arthur Lira, presidente da Câmara, não apoiará aqueles que não têm poder ou expectativa de poder. Esse grupo político, conhecido por suas práticas de barganha, busca ser governo em qualquer circunstância e já dá sinais de que abandonará Bolsonaro.



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