PT vê bolsonarismo forte e pretende neutralizar vitimismo de Bolsonaro

Membros do PT acreditam que ele ainda possui capital político suficiente para mobilizar a principal oposição ao partido

Encontro com diplomatas aconteceu em julho do ano passado | Infoglobo
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Após o Tribunal Superior Eleitorial (TSE) ter tornado o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível pelos próximos oito anos, membros do PT acreditam que ele ainda possui capital político suficiente para mobilizar a principal oposição ao partido. Por isso, o PT planeja implementar uma estratégia nas redes sociais para neutralizar o discurso de que Bolsonaro foi vítima de um julgamento político. As informações são da Folhapress.

O partido não quer que os escândalos envolvendo Bolsonaro sejam ofuscados pela narrativa bolsonarista de que se limitam a uma reunião com embaixadores, ocorrida no ano passado, antes da eleição presidencial. Na reunião, Bolsonaro pôs em xeque a lisura do processo eleitoral e a segurança das urnas eletrônicas. Os petistas argumentam que ignorar possíveis irregularidades do governo passado abriria um precedente perigoso e acreditam que uma postura mais ativa é necessária para conter o bolsonarismo em um momento político conturbado. 

O ex-presidente deu sinais, em uma entrevista realizada à à Folha de S.Paulo, na última quinta-feira (22), de que pretende isolar o caso à reunião com embaixadores, evitando maior dano à sua imagem. "Na minha idade, [o que] gostaria de fazer, continuar ativo 100% na política. E, tirando seus direitos políticos que, no meu entender, é uma afronta isso aí, você perde um pouquinho desse gás", disse Bolsonaro. "O que que eu vejo, qual a acusação principal contra mim? Reunião com embaixadores. Isso é crime?", questionou.

O PT pretende explorar suspeitas relacionadas à compra de imóveis pela família de Bolsonaro, doação de joias para a ex-primeira-dama e diálogos com teor golpista de um ex-ajudante de ordens. O objetivo é reduzir o apoio político de Bolsonaro, uma vez que ele não poderá concorrer nas próximas eleições, transferindo assim os votos dos eleitores bolsonaristas para um candidato do grupo político de Lula. 

A estratégia central do PT é contrastar a imagem de um Bolsonaro vitimizado. Enquanto isso, Bolsonaro indica que pretende limitar o caso à reunião com embaixadores, evitando maiores danos à sua imagem. O PT também busca evitar repetir erros do passado, quando não agiu efetivamente em casos de corrupção envolvendo ex-presidentes. Atualmente, o partido não tem certeza de quem será o candidato apoiado por Bolsonaro nas eleições de 2026. 

Embora o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seja mencionado como possível herdeiro do bolsonarismo, há dúvidas sobre se ele arriscará sua carreira política em uma disputa dessa magnitude. O lançamento da candidatura de Tarcísio dependerá do cenário político futuro. Além dele, os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também são considerados possíveis candidatos de oposição. 

Os petistas reconhecem o papel de Bolsonaro como cabo eleitoral, mas lembram da experiência de 2018, quando Lula liderava as pesquisas, mas seu candidato, Fernando Haddad, foi derrotado no segundo turno. Os aliados de Lula apostam no lançamento de candidatos de oposição que disputem votos com o indicado por Bolsonaro.

Com informações da Folhapress

Matéria original produzida por Catia Seabra e Thiago Resende (Folhapress)



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