O atraso na nomeação do próximo procurador-Geral da República por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) traz, de forma não intencional, concede-lhe um benefício estratégico. O mandato de dois anos do PGR se inicia no momento da posse, e o adiamento na escolha proporcionará a Lula ter um representante de sua escolha à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) por um período prolongado após o término de seu mandato.
Se o PGR indicado por Lula assumisse imediatamente após a saída de Aras e fosse reconduzido em 2025, permaneceria no cargo até setembro de 2027. No entanto, devido ao atraso, esse prazo foi estendido. Caso o indicado de Lula seja empossado em dezembro deste ano, por exemplo, e seja reconduzido, permanecerá no cargo até dezembro de 2027.
Essa extensão significa que um ano após o término do mandato de Lula, ainda haverá alguém indicado por ele na liderança da PGR.
Anúncio do próximo procurador-geral
A procuradora-geral da República interina, Elizeta Ramos, foi informada pelo presidente que o anúncio do próximo indicado à PGR será feito na próxima semana. Embora sua gestão interina tenha sido bem avaliada pelo Palácio do Planalto após a saída de Augusto Aras, Elizeta expressou a pessoas próximas sua preferência por não permanecer no cargo, citando razões pessoais.
Na última sexta-feira (3), Lula recebeu o subprocurador Aurélio Veiga Rios no Palácio do Planalto, sinalizando movimentações importantes na definição do próximo PGR. Ele também planeja se reunir com Luiz Augusto dos Santos Lima, indicando um processo de seleção cuidadoso e estratégico para o ocupante deste cargo crucial.
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