Descubra quais os riscos de não tratar o colesterol alto

Uma pesquisa feita com quase 8 mil pessoas mostrou que elas não fazem o controle adequado de problemas como diabetes, colesterol e hipertensão

Não controlar o colesterol ruim pode trazer complicações para a saúde | Reprodução/Internet
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Uma pesquisa feita com quase 8 mil pessoas mostrou que elas não fazem o controle adequado de problemas como diabetes, colesterol e hipertensão. Além disso, a maior parte destes pacientes apresentam excesso de peso ou obesidade e a maioria deles não faz nenhuma atividade física. Os resultados do estudos foram publicados no período da área de cardiologia, Global Heart, da World Heart Federation.

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) foi quem coordenou o estudo, que foi denominado EPICO (Estudo Epidemiológico de Informações da Comunidade). Participaram, no toal, 332 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de 32 cidades de São Paulo. Os profissionais de saúde envolvidos no na pesquisa, como médicos, enfermeiros, agentes de saúde, entre outros, receberam treinamento para a coleta padronizada e adequada dos exames. A avaliação dos pacientes foi feita pessoalmente.

Os 7.724 pacientes que participaram da pesquisa têm entre 18 e 94 anos, mais da metade (53,7%) com idade de 60 anos ou mais e 66,7% (5 153) eram do sexo feminino. Destes, 96,2% tinham hipertensão, 78,8% diabetes tipo 2 e 71,1% dislipidemia/colesterol elevado. Ao todo, 60% dos pacientes analisados tinham dois ou três fatores de risco associados.

Descontrole dos fatores de risco

O estudo mostrou que o fator de risco menos controlado é o colesterol. Apenas 13% dos pacientes estavam com os níveis dentro dos parâmetros considerados normais (LDL abaixo de 100 mg/dl),  mesmo usando medicamentos para controlar a doença. O colesterol alto é uma das principais causas da aterosclerose, que é a adesão de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos. Isso faz com que aumente o risco de infarto e AVC.

O controle da pressão arterial também não está satisfatório, apenas 34,9% dos pacientes que utilizam medicação anti-hipertensiva apesentavam níveis pressóricos dentro da meta (13 por 8 mmHg). Entre os idosos, esse controle era ainda pior com apenas 1 em cada 4 idosos medicados mantendo a hipertensão sob controle. Já os pacientes diabéticos também não cuidam da saúde de forma adequada, segundo a pesquisa. Apenas 64% deles apresentavam valores glicêmicos abaixo de 115 mg/dl.

Outros dados preocupantes

A pesquisa mostrou ainda que 54,3% dos pacientes não faz nenhuma atividade física de forma regular. Além disso, 76,6% estavam com sobrepeso ou obesidade. "O estudo mostra a realidade da atenção primária no sistema público brasileiro. A maioria dos pacientes são mulheres, que não fazem exercícios, não se alimentam corretamente, possuem baixa escolaridade e baixo nível econômico e social. Mesmo com conhecimento dos seus fatores de risco para as doenças cardiovasculares, a maioria não os controla adequadamente. É um cenário preocupante", diz Henrique Fonseca, doutor em cardiologia, Head de Estudos Clínicos em Vacinas e Imunoterapias na Academic Research Organization do Hospital Israelita Albert Einstein e um dos investigadores principais do EPICO.

O médico avalia que as consequências desse descontrole é o aumento dos risco de mortalidade por doenças cardiovasculares, o que faz aumentar, consequentemente, os custos para o sistema de saúde. Isso acontece devido ao fato de os pacientes não serem devidamente tratados na atenção primária, o que acarreta no risco de sofrer evento cardiovascular no futuro, como um infarto, um AVC ou uma insuficiência cardíaca, necessitando de hospitalização e cuidados especiais contínuos.



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